Wagner Moura e Kristen Dunst protagonizam o novo filme de Alex Garland, diretor renomado por “Ex Machina”. A trama segue dois repórteres de guerra em busca da última entrevista com o Presidente dos Estados Unidos, prestes a ser deposto em uma guerra civil. O filme prioriza o desenvolvimento dos personagens sobre o contexto da guerra, embora a construção do cenário ofereça insights valiosos sem cair na armadilha de caricaturar a política da época. Em vez disso, o filme serve como um comentário sobre a cobertura midiática da guerra e os impactos do conflito na população.
Tanto Kristen Dunst quanto Wagner Moura entregam performances brilhantes, mas o restante do elenco também não decepciona. Embora o filme valorize os arcos dos personagens, não deixa de oferecer o espetáculo visual característico dos filmes de catástrofe. Através dos olhos de uma fotógrafa de guerra experiente e de uma novata que a segue, somos levados a testemunhar os últimos momentos da guerra civil, com imagens fortes. O roteiro acompanha de forma habilidosa a evolução dos personagens e suas interações, resultando em uma narrativa envolvente e impactante.
O filme de Alex Garland deve muito ao seu elenco talentoso, mas existe uma força inerente no roteiro e na cinematografia que certamente ajudou na quebra do recorde de melhor bilheteria de estreia de um filme da A24. Sendo lançado em um momento impar na situação política dos Estados Unidos e do mundo, talvez o filme frustre expectativas de se tornar um reflexo de algum discurso, mas talvez isso fale mais sobre nossa polarização do que sobre o posicionamento do filme em si.