CRÍTICA – BIG LITTLE LIES

A HBO nos presenteia novamente com uma produção de altíssima qualidade no que se refere à narrativa, montagem, atuação, trilha sonora. Não é novidade que a emissora sempre traz conteúdos com esse nível, a razão disso é a quantidade de dinheiro que ela gasta em suas produções. Na verdade, o quanto ela investe nos seriados e em projetos com mais assinatura, logo, com interessantes peculiaridades. A minissérie, que se caracteriza como um drama com pitadas de um humor negro, foi criada e escrita por David Edward Kelley e baseada no romance de mesmo nome escrito por Liane Moriarty. A história acompanha a vida de mulheres que moram em um bairro nobre na Califórnia e seus respectivos conflitos: Madeline (Reese Whiterspoon), Celeste (Nicole Kidman), Jane (Shailene Woodley), Bonnie (ZoëKravit) e Renata (Laura Dern) são o elenco principal e carregam o show dando um show.

A minissérie é composta por sete episódios, todos dirigidos por Jean-Marc Vallée (conhecido pelo seu filme ganhador de Oscar, Clube de compras Dallas). O diretor consegue fazer um trabalho eficiente e coerente em todos os episódios, todo o mistério e suspense que a história propõe são desenvolvidos assim como os personagens. O interesse na trama é constante e temos aquele raro sentimento, nos dias atuais, de querer ver o próximo episódio. Isso se dá pela seriedade das temáticas e pela abordagem delas, como isso é tratado e mostrado na telinha. Maternidade, machismo, sexismo, empoderamento feminino, bullying, violência doméstica, estupro são alguns exemplos dos vários temas pertinentes discutidos pela série. Há aqui uma quantidade considerável de camadas narrativas, isso ocorre também com os personagens da série. Eles possuem individualidades interessantes e instigam a querer saber mais sobre: são inteligentes, tem temperamentos humanos e singularidades. Isso acontece porque o roteiro é muito bem escrito e respeita os indivíduos por ele criados.

Big Little Lies

Big Little Lies ganhou oito troféus no Emmy 2017, maior premiação da TV norte-americana – Melhor atriz em uma minissérie ou filme (Nicole Kidman); Melhor ator em uma minissérie ou filme (Alexander Skarsgard); Melhor atriz coadjuvante em uma minissérie ou filme (Laura Dern); Melhor direção em uma minissérie ou filme (Jean-Marc Vallée); Melhor elenco em uma minissérie ou filme; Melhor minissérie; Melhor figurino contemporâneo; Melhor supervisão musical. Sucesso entre os críticos e de audiência: Big Little Lies recebeu ampla aclamação dos críticos de televisão. O site Rotten tomatoes, que reúne múltiplas críticas, relatou um índice de aprovação de 92%, com base em 85 avaliações, com uma classificação média de 8.05/10. Muitos sites a descrevem como “Inteligente, divertido e altamente viciante”, outro site similar, o Metacritic relatou uma pontuação de 75 a 100, com base em 42 críticos, indicando críticas positivas.

O elenco estelar dessa série somado a excelente direção resulta em cenas memoráveis, complexas de serem feitas e boas de ver. Nicole Kidman entrega uma ótima performance de uma personagem multidimensional e complexa. Fica a aparente ao público o porquê da personagem agir e continuar, até certo ponto, naquela situação, nós entendemos o que se passa em sua cabeça. Outro que rouba os holofotes para si é o ator Alexander Skarsgard (TrueBlood) que representa o marido abusador e violento. Papel difícil, mas tão bem representado quanto o trabalho de sua companheira de cena (Nicole Kidman). O elenco infantil é outro ponto Big Little Liespositivo, trazem leveza, diversão, descoberta e muitos outros elementos da infância à trama: Ziggy (Iain Armitage), Chloe (Darby Camp), Skye (Chloe Coleman), Josh (Cameron Crovetti), Max (Nicholas Crovetti) e Amabella (Ivy George) ao mesmo tempo que unem as mães também as separam e com isso alguns momentos cômicos acontecem. As risadas veem nos embates entre os adultos também, os diálogos são afiados e as respostas rápidas, sarcásticas e inteligentes enriquecem a história: as frequentes brigas entre Madeline e Renata são um prato de farpas e falas ácidas extremamente divertidas.

A narrativa da série não é linear, o que contribui para o engajamento do público para saber quem foi a pessoa que morreu. Claro, o fato somente é revelado no episódio final. Entrevistas acontecem durante os episódios e a investigadora (mais representatividade) constata que há algum tipo de mentira no ar, daí o nome. A manipulação de tempo da série, mostrar o desenvolvimento até o ponto em que alguém vai morrer, os fatos posteriores a morte etc. deixa a experiência de assistir a série gostosa e leve. O tempo realmente é manipulado, não percebemos que já acabou. A narrativa é intensa.

A trilha sonora é outro argumento que legitima a qualidade do seriado da HBO: as músicas amarram todas as camadas da série e ajudam a contar a história e ditam o estilo combinando com a fotografia e montagem. Elas são muito bem escolhidas e transparecem bem o feeling da série, por isso é muito mais que merecido o prêmio de “Melhor supervisão musical”. Abaixo está a excepcional música tema da abertura da série: Cold little heart de Michael Kiwanuka.

Big Little lies é uma série intensa, uma experiência audiovisual marcante, traz temáticas sociais importantes e que precisam ser discutidas. Ela é completa e precisa ser vista por homens, mulheres e crianças. Até porque os representam de uma maneira excepcional e muito humana.

Texto enviado por Lucas Daniel

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Sétima Cabine

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