O horror é um gênero literário/cinematográfico onde é comum em que as obras ligadas ao mesmo sejam confundidas com as de terror, pois tanto nas mentes de grande parte dos leitores e dos críticos, ficam na mesma seção. A verdade é que as duas possuem uma enorme diferença.
O terror é geralmente descrito como o sentimento de medo e expectativa que precede a experiência horrível. Por outro lado, horror é o sentimento de repulsa que geralmente ocorre depois que algo assustador é visto, ouvido ou experimentado. É a sensação que se tem depois de chegar a uma realização terrível ou experimentar uma ocorrência profundamente desagradável.
Em outras palavras, o horror está mais relacionado a ficar chocado ou assustado (sendo horrorizado), enquanto o terror está mais relacionada à ansiedade ou medo. Horror também pode ser definido como uma combinação de terror e repulsa.
Ultimamente tem se perdido a classificação de ambos no cinema, os termos acabam sendo confundidos e sendo praticamente extintos da Sétima Arte, mas eis que o brilhante Guillermo del Toro persiste em continuar com o seu melhor trabalho como cineasta: contar uma história com o gênero horror de maneira bela e virtuosa.
Apesar de possuir uma carreira mais conhecida pela sua atuação como produtor, del Toro possui belíssimos trabalhos de destaque também atuando como diretor, como o terror A Espinha do Diabo e o fantástico O Labrinto do Fauno. Se mostrando um grande especialista no gênero, Guillermo fez um filme que é muito sangrento e elegante ao mesmo tempo, num passo que é certamente um trabalho inigualável em seu campo de beleza em sua fotografia, cenário, figurinos e efeitos visuais.
Quando o seu coração é roubado por um estranho sedutor, a jovem escritora Edith Cushing (Mia Wasikowska) é arrastada para uma casa no topo de uma montanha de barro vermelho-sangue: um lugar repleto de segredos que vão assombrá-la para sempre. Entre o desejo e as trevas, entre mistério e loucura, encontra-se a verdade por trás de Crimson Peak, a Colina Escarlate.
A trama se inicia de forma raza, parecendo apenas mais uma história sobre uma garota que vê fantasmas e encontra uma casa mal assombrada repleta deles e, consequentemente, tropeça em um de seus problemas inacabados. Fico muitíssimo feliz em lhes-dizer que não é apenas sobre isso que A Colina Escarlate se trata.
Além da deliciosa fotografia de Dan Laustsen, que se assemelha bastante ao estilo gótico renascentista da época onde a própria história se passa, o filme possui uma trama bastante envolvente, mantendo as doses certas de cenas com sustos (bem orquestrados e alinhados). Eu sinceramente não sou um grande fã do trabalho de Tom Hiddleston (o intérprete do famoso Loki do Universo Marvel), o acho bastante automático e pouco convincente de sua inclusão na atmosfera de cada filme, mas pela primeira vez me senti satisfeito com seu trabalho.
Claro, grande mérito disso vem da maravilhosa Jessica Chastain, interpretando Lucille Sharpe, irmã mais velha de Thomas Sharpe, o personagem de Tom Hiddleston. Jessica propõe um nível de tensão ao filme que eleva ainda mais o charme do mesmo, com diálogos em uma enorme química com a atmosfera central da história, fazendo com que o público se sinta totalmente imerso no universo gótico criado por Guillermo del Toro.
A Colina Escarlate é uma grande e memorável exceção aos filmes genéricos atuais do gênero horror/terror e com certeza merece ser prestigiado em todos os seus grandes aspectos. O filme chega aos cinemas nacionais no dia 15 de outubro.
Confira o trailer:
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Saiba o que o Pausa Dramática achou do filme http://pausadramatica.com.br/2015/10/14/resenha-do-site-a-colina-escarlate/