Novo filme de Clint Eastwood nos apresenta a um pai de família que perde a fazenda de flores que tinha e acaba se tornando mula para um cartel mexicano para conseguir dinheiro. O filme intercala entre a história do personagem de Clint Eastwood e o investigador do FBI que investiga as operações do cartel, e nos coloca numa posição onde é impossível não simpatizar com o a situação do avô e mula do cartel.
Com um passo calmo, porém tenso, executado adequadamente pela direção de Eastwood, o filme passeia entre o suspense da investigação se aproximando do protagonista e os dramas familiares dele. Pai e marido ausente por dedicar-se mais ao trabalho que a família, acaba ficando sem ambos. O personagem de Eastwood está longe de ser um herói e o filme constantemente nos exibe as boas intenções dele sempre temperadas por grandes falhas.
Ao seguir um protagonista tão moralmente falho, contraposto com uma equipe de FBI cujas principais falhas parecem ser metodológicas e não de julgamento ou moral, é difícil torcer pelo protagonista. O que acabamos torcendo é que a decisão de se envolver com o cartel não acabe destruindo ainda mais a vida dele e sua família. Torcemos para que ele saia da situação, mas não dá pra esperar que ele escape impune.