CRÍTICA – A SÉRIE DIVERGENTE: CONVERGENTE

Após dois longos e cansativos capítulos, chega aos cinemas a terceira parte dos quatro filmes da Série Divergente. Novas locações, novas tatuagens, novos personagens, mas nada muito divergente na trama de Convergente.

Baseado no último romance da trilogia de Veronica Roth, que foi dividido em dois filmes à la Jogos Vorazes e com um enigma de um mundo apocalíptico dentro de um futurista à la Maze Runner, está cada vez mais difícil diferenciar esta série de seus concorrentes, pois existem poucas diferenças nas premissas iniciais dela. Há um mundo onde a diferença social não tem sua devida importância na sociedade, até que uma jovem “diferente de todas” chega para acabar com tudo e espalhar a igualdade pelo mundo. Já deu, não é?

Agora que as facções de personalidade se dissiparam após os acontecimentos de Insurgente, Tris (Shailene Woodley) se encontra numa situação ainda mais caótica que estava antes: “Quem ficará no poder?”, “O que há além dos muros?”, “Agora que não existe mais o sistema de facções, poderemos explorar o resto do mundo?” são as perguntas levantadas pela população da futurística Chicago, que logo é divida (espera, não já tínhamos visto isso?) em dois grupos de opiniões políticas distintas e temos como resultado uma guerra civil.

Ao contrário dos protagonistas da série, Convergente não possui nada de audacioso. O filme tenta agradar todos os tipos de expectadores, mas acaba se perdendo na intenção e flui com uma trama que carece de inteligência.

Representando o novo antagonista da série, Jeff Daniels (Perdido em Marte) é a grande adição do elenco, substituindo a falecida personagem de Kate WinsletDavid (Jeff Daniels) espera por Tris em um complexo fora do muro, localizado no Aeroporto Internacional O’Hare, e lhe revela de que a terra entrou em conflito após uma descoberta de que é possível mudar a genética da humanidade, que resultou em uma grande guerra que dizimou boa parte da população do planeta. Mesmo com a guerra, realizaram a alteração no genoma humano, onde permitiu que cada um podesse escolher suas diretrizes psicológicas, o que acabou não funcionando totalmente como o esperado, então os remanescentes das mudanças foram isolados na cidade de Chicago, para serem observados a fim de descobrirem uma forma de tornar os “danificados” em seres humanos “puros”.

Tris (como mostrado nos pôsteres do filme) é a única pura deste experimento. Mesmo sendo uma de vários divergentes de Chicago, apenas ela não possui porcentagem alguma de dano genético, o que a torna extremamente especial para David, que supostamente tem apenas o interesse de replicar seu DNA para encontrar uma “cura” para a população de Chicago, porém, a heroína possui opiniões divergentes de como salvar a cidade e acaba decidindo fazer isso por conta própria, na companhia de Four (Theo James) e seu irmão Caleb (Ansel Elgort).

O jovem elenco continua tão morto quanto aparentam estar em Insurgente. Há de fato uma melhora na atuação de Theo James, que consegue segurar o filme com a ausência da personagem de Shailene em diversas cenas, porém os demais atores se parecem perdidos na trama, sem saber quando é necessário um alívio cômico ou um apelo dramático, soando extremamente confusos.

Apesar de diversas falhas, o filme se inicia com um bom toque de ação que compensa os buracos da trama. O diretor Robert Schwentke (R.I.P.D. ‑ Agentes do Além) e o supervisor de efeitos visuais Stefen Fangmeier (O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final) criaram um excelente visual pós-apocalíptico para a terra além dos muros de Chicago, que possui um belo tom de vermelho que vai da areia até as nuvens do planeta e seus  pingos de chuva tóxica.

A Série Divergente: Convergente não trás muitos bons atrativos novos a franquia. O filme tenta puxar uma pegada mais sci-fi que seus antecessores, porém possui uma trama extremamente rasa e em alguns momentos estúpida, que dificilmente irá agradar até mesmo a grande massa de fãs fiéis da franquia.

Confira o trailer:

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Sétima Cabine

Writer & Blogger

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