Remake de um clássico de suspense/terror, com Ellen Page, o filme tem uma premissa muito promissora e um elenco bastante carismático mas desperdiça tudo isso com troca de sustos baratos e debates irrelevantes sobre o pós-vida — além de não ter a coragem necessária para arcar com a decisão de matar a personagem da atriz mais famosa do elenco, trazendo ela de volta para cenas “pós-morte” que contradizem todo o filme.
A premissa e a natureza do problema “sobrenatural” (supernatural?) que os personagens encaram naturalmente propõe um cenário de horror psicológico — que o filme tenta traduzir em ‘jumpscares’ que são não apenas uma escolha pobre pra qualquer filme de terror sempre, mas neste caso especificamente são anti climáticos e acabam estragando a construção da tensão.
As discussões entre os personagens sobre a experiência que estão tendo também acabam sendo anti climáticas por esquecer que estamos tratando de estudantes de medicina — e teoricamente, após o experimento, ainda mais inteligentes do que já eram — e levar a discussões por caminhos óbvios que claramente não fazem sentido com o que está sendo vivido pelos personagens na tela só pra criar uma falsa confusão que fica completamente artificial.
Os personagens, embora partindo basicamente de estereótipos rasos inicialmente, acabam sendo carismáticos e interessantes graças a um bom trabalho de atores. Suas histórias são interessantes e é legal ver na tela a química do grupo. Infelizmente o que deveria ser o ponto alto do filme, os momentos de terror, se tornaram o ponto baixo, o que definitivamente torna difícil salvar o filme.