Ao Cair da Noite é o segundo longa do diretor Trey Edward Shults, o primeiro com distribuição ampla no Brasil. É um filme de suspense e terror que pode ser comparado em termos de estilo com A Bruxa, por ser mais intimista e minimalista. A premissa inicial é bem parecida com a de muitos filmes que já passaram pelos cinemas: Uma doença contagiosa se espalhou pelo mundo, os sobreviventes estão isolados, sem comunicação com o mundo. Mas não temos zumbis neste filme (pode respirar aliviado). Na verdade, ele se torna um terror muito maior e mais angustiante justamente por oferecer um cenário muito mais próximo do real.
Acompanhamos a história de uma família isolada no que parece ser uma região interiorana dos estados unidos. Somos introduzidos a família a partir do avô, já bem doente. Seu quarto é o mais isolado que eles conseguem manter, com plástico cobrindo tudo, e o resto da família usando mascaras de gás e luvas de borracha enquanto cuidam dele, já bem moribundo. A morte do avô dá inicio a história, e constrói bem o clima do filme.
Após a morte do avô uma outra família acaba encontrando a casa deles, e, embora sempre com alguma tensão e desconfiança por medo da doença, eles acabam se juntando para tentar sobreviver. Mas as tensões da situação vão escalando lentamente enquanto as famílias vão se conhecendo e descobrindo mais sobre uns aos outros.
Não é um filme de muitos sustos, é um filme de manter o espectador nervoso na beira da cadeira esperando o que vai acontecer a seguir, e isso deveria ser um ótimo indicador de um bom filme. O marketing do filme talvez tenha errado na campanha construindo expectativas diferentes, ou talvez o público esteja mais acostumado com outras formas de terror e ainda não se adaptou a essa nova formula (A Bruxa também dividiu opinião do público).