CRÍTICA – COMO NOSSOS PAIS

Laís Bodanzky é uma diretora brasileira que tem seu nome conhecido pelos amantes do cinema como arte humana, como arte social e aqui não é diferente. Como Nossos Pais é uma soma de características, pois junta estilo, contemporaneidade e muita reflexão em uma película, essencialmente, interessante. Maria Ribeiro e Paulo Vilhena encabeçam o elenco do longa escrito, dirigido e produzido por Laís.

Criar uma peça de arte com a capacidade de invocar reflexões do espectador é o objetivo de qualquer artista, mas essa tarefa tem, cada vez mais, sido difícil em todos os campos da arte atual. Aqui temos um filme que mexe com o cotidiano de uma família conturbada, retratando seus problemas, mentiras, traições, machismos e divergências. É correto, e necessário, apontar que esse filme possui uma humanidade extremamente dolorosa de se assistir, pois é quando a arte imita nossas vidas com mais complexidade que percebemos em que erramos. E se errar dói, perceber e admitir o erro dói muito mais. 

O desenrolar dessa história de erros é lento, mas enervante, da melhor forma que o cinema humano poderia ser. São diferentes núcleos históricos expostos e aprofundados durante os três atos, com uma direção muito competente no trabalho de conciliar todos os campos. Somado a isso, a fotografia imprime uma concepção de espaço muito curiosa, quase sempre dando ao espectador mais de um componente a ser atentado na composição da cena, funcionando, genuinamente, como uma dinâmica caseira de família. A sonorização e a edição funcionam de forma prática, ajudando na criação da atmosfera caótica de uma família problemática.

As atuações são, em geral, muito profundas e habilidosas. Porém, em quase cem por cento do tempo, as atenções ficam concentradas em Maria Ribeiro em sua atuação como a mulher de meia idade Rosa. A atriz criou uma performance que conciliou aspectos dramáticos de uma mulher envelhecendo, com as intrigas de uma mulher que ainda não encontrou sua própria identidade. Explosiva, inteligente, sexy e cheia de sonhos, Rosa é uma personagem dramaticamente interessante e Maria soube demonstrar isso da melhor maneira possível.

Inteligente, intrigante e doloroso, Como Nossos Pais é um filme que funciona como um objeto de reflexão para famílias em geral. A arte cinematográfica recebe um presente em seu ramo de contar histórias, primordialmente, humanas.

Confira o trailer:

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Sétima Cabine

Writer & Blogger

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