CRÍTICA – EU SOU MAIS EU

‘Eu sou mais eu’ acompanha a história de Camila, uma cantora de sucesso que em seus tempos de colégio sofria bullying junto ao seu fiel amigo cabeça. Camila está no ápice de sua fama e acaba voltando no tempo (através de uma selfie tirada por uma fã obcecada), voltando para seu corpo de adolescente e tendo que viver seus tenebrosos tempos de escola tudo de novo.

Existem pouquíssimas coisas originais sobre esse roteiro (quase nada, na verdade). O herói chega no topo, age como babaca e precisa voltar para aprender a ser humilde e dar valor às coisas que realmente importam. Todos nós já ouvimos essa história. Entretanto, recontar uma história não tem problema, mas com a condição de você introduzir novos elementos originais que façam com que aquela história tenha algo de interessante a ser acrescentado. Caso ao contrário, a narrativa apenas se torna repetitiva e cansativa. E no caso desse filme, a história é deveras cansativa.

Bom, pontuado o roteiro genérico, temos personagens igualmente genéricos. A Camila, personagem interpretada por Kéfera Buchmann, conta basicamente com o carisma da atriz, pois não tem nada de novo em sua caracterização. Quanto a interpretação, fica difícil dizer se a atriz precisa amadurecer mais ou se foi o roteiro que não a favoreceu, talvez ambos. Diferentemente de João Côrtes, intérprete de Cabeça, que mesmo com as problemáticas do roteiro foi muito mais natural e confortável em seu papel, conseguindo convencer; Ou até mesmo da Giovanna Lancellotti, que também parecia estar mais em casa e  demonstrando carisma, mesmo sendo a vilã do filme.

É uma história que tenta falar sobre várias coisas, mas consegue ser superficial em tudo. Até na bandeira contra o bullying que o filme tenta levantar, ele consegue ser mais superficial, dando a entender que você se aceitar vai fazer com que tudo melhore quando, na verdade, esse é apenas o primeiro passo, a jornada é bem mais complexa e o jeito narrado é simplesmente irreal. Sem falar no uso constante de palavrões para se aproximar da audiência mais velha. Parecia que o público do filme estava mesclado, isso certamente não casou bem (já que haviam piadas que certamente não eram para um pessoal mais maduro, ou só eram ineficazes mesmo).

O cinema brasileiro tem muitas boas ideias, certamente esse filme não se enquadra em uma delas, sendo apenas mais uma produção genérica, copiando a fórmula de dezenas de outros filmes. 

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Sétima Cabine

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