CRÍTICA – MISSÃO: IMPOSSÍVEL – EFEITO FALLOUT

Senhoras e senhores, chega aos cinemas na quinta-feira, 26 de julho, um filme que prova que uma franquia consegue se renovar e se mostrar continuamente forte mesmo após cinco filmes. Superando todos os anteriores, Missão: Impossível – Efeito Fallout é o melhor filme da franquia.

Ethan Hunt (Tom Cruise) está envolvido em mais um jogo de manipulação dois anos após prender Solomon Lane (Sean Harris), o líder da maior organização anarquista do mundo, o Sindicato. Hunt desta vez precisará encontrar materiais nucleares perdidos e lidar com a presença de um novo agente (Henry Cavill), que se mostra misterioso e pouco confiável. A equipe de suporte dos agentes é completa por Luther (Ving Rhames), Benji (Simon Pegg), Ilsa (Rebecca Ferguson), Alan (Alec Baldwin) e Erika (Angela Basset).

Christopher McQuarrie volta à direção após o sensacional Missão: Impossível – Nação Secreta e se vê diante do desafio de construir uma narrativa superior à antecessora e inovadora em relação aos capítulos anteriores da franquia. Pode-se argumentar que o longa junta os pontos mais fortes dos cinco filmes anteriores e os condensa em um filme, mas o resultado é muito mais do que isto. McQuarrie cria um thriller de ação que não permite um segundo de calmaria, são quase duas horas e meia de uma trama bem equilibrada, construída, dosada e incrivelmente bem dirigida.

As sequências de ação são as melhores da franquia, principalmente envolvendo os personagens de Cruise e Cavill. O filme equilibra-se em cenas de luta cheias de movimentação e contato corpo a corpo, num estilo que lembra as incríveis sequências de John Wick (2014), e em cenas de perseguição envolvendo vários tipos de veículos, um clássico de filmes de ação que a franquia ajudou a construir. Tom Cruise está em seu melhor momento aqui e não parece mostrar os efeitos causados pela idade.

O roteiro não apresenta algo muito novo ou revolucionário ao gênero, mas acerta na profundidade com que trata a temática. Sendo um filme de ação e espionagem, é de se esperar que ocorram traições envolvendo os personagens, de nacionalidades, agências e interesses diferentes. E a forma como essas dinâmicas interpessoais se manifestam é o que dá ao filme o seu caráter profundo, há pessoas se acusando e duvidando de si o tempo inteiro, o que faz com que o espectador seja transportado a sentir o peso destas traições. Há alguns pontos negativos em relação ao andamento da trama, primeiramente em relação à previsibilidade de alguns personagens, como o Agente Walker (Cavill), e, ainda que em menor escala, em relação às tentativas de criar um arco de peso mental para Ethan, sendo uma parte do filme ligeiramente dispensável.

Tom Cruise continua convencendo como o agente secreto que carrega sempre responsabilidade pelas grandiosas missões em que se envolve, estando um pouco mais cômico aqui, mas de uma maneira positiva. Pegg e Rhames servem pouco à trama, figurando de forma mais presente no terceiro ato. De maneira similar, Ferguson, Basset e Baldwin têm pouco para fazer durante os dois atos iniciais, sendo toda atenção voltada para as ações de Cruise e Cavill. Sean Harris novamente apresenta um personagem visualmente perturbado(r), que em meio a filosofias políticas cria um antagonista mentalmente poderoso, não precisando utilizar de força bruta (em boa parte do filme) para se mostrar ameaçador no meio de tantos personagens violentos.

Efeito Fallout, junto de Missão: Impossível – Protocolo Fantasma, o filme melhor fotografado da franquia. As tomadas aéreas já comuns estão presentes, mas a construção dos cenários brinca com os jogos de sombras e com a sensação de underground que o roteiro possui, ótimas sequências ocorrem em túneis e locações subterrâneas. Porém, o filme passa por diversos tipos de ação, o que requere diversos tipos de ambientações. Inicialmente, é uma ação mais fechada, dando pequenos espaços para as incríveis sequências de luta. Depois, passa para sequências de perseguição abertas e cheias de movimentação de câmera, criando, assim, diferentes camadas para a narrativa cheia de energia se construir.

Missão: Impossível – Efeito Fallout é um filme para se ver mais de uma vez. Com momentos de ação espetaculares, uma trama bem conduzida e uma ótima direção, figura entre os melhores filmes do gênero.

O 3D é, como na maioria dos lançamentos atuais, dispensável, sendo apenas um gasto maior na bilheteria.

Confira o trailer:

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Sétima Cabine

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