CRÍTICA – O CLUBE DOS CINCO

O Clube dos Cinco deve ser tratado como uma herança, nada menos. Marcou a geração da década de 1980 e ainda hoje é considerado como um filme que evoca o espírito adolescente, por tratar de forma curiosa, linda, cômica e, ouso dizer, atemporal o peso que cada jovem carrega em suas costas.

A trama é baseada nas diferenças entre os estereótipos de cinco adolescentes: um esportista, um nerd, uma princesa, um bad boy e uma esquisita. Os cinco têm que passar (e suportar) um sábado inteiro juntos numa sala em detenção, enquanto têm como atividade escrever um texto longo sobre o que pensam sobre si mesmos. A convivência no início parece ser insuportável, mas com o tempo os jovens vão compartilhando seus sentimentos e problemas, se conhecendo e aprendendo uns com os outros.
Dirigido e escrito por John Hughes, que foi muito conhecido por seus trabalhos direcionados ao público jovem em geral. Estrelado por Emilio Estevez, como Andrew Clark (o esportista); Anthony Michael Hall, como Brian Johnson (o nerd); Molly Ringwald, como Claire Standish (a princesa); Judd Nelson, como John Bender (o bad boy) e Ally Sheedy, como Allison Reynolds (a esquisita).

bclub2Desde o início, o longa mostra que, apesar de ser cômico, possui uma carga dramática a ser explorada durante toda a história. Isso pode ser visto já nas cenas de apresentação dos adolescentes, nas quais os próprios pais deixam claro para o público os estereótipos de que se tratam seus filhos. Um dos maiores méritos de Hughes foi ter conseguido tratar de forma brilhante as inquietações e particularidades de cada personagem durante todo o filme, o que não é uma tarefa fácil quando se tratam de cinco personagens com quase nada em comum entre si. Outro mérito de seu roteiro é conseguir fazer com que não exista a monotonia que poderia ser sentida por se tratar de, quase no filme todo, um mesmo ambiente e um elenco curto.
Além do drama, a comédia explorada é mérito tanto de Hughes quanto dos cinco jovens. A química entre eles nas discussões e piadas dá a sensação de verdade e de alma nos papéis, como se todos realmente fossem o que estão interpretando. Durante a aprendizagem e o conhecimento mútuo entre eles, é perceptível uma progressão da personalidade de cada um, que é muito bem interpretada de maneira a fazer parecer que no final, depois de tudo o que passaram juntos, se tornaram novas pessoas nos mesmos personagens.

Com sucessos da época, a trilha sonora contribui para deixar as cenas mais emocionantes. Músicas como “Don’t You (Forget About Me)”, da banda Simple Minds, caem como uma luva no teor que o filme procura: divertido, porém dramático.
A edição ajuda muito, de forma até similar à trilha sonora, deixando as cenas mais emocionantes, explorando cortes rápidos em situações mais cômicas e cenas com poucos cortes em situações que exigem mais seriedade, como no momento em que os cinco sentam juntos e falam o motivo de estarem presentes ali.

“Você nos enxerga como você deseja nos enxergar. Em termos mais simples e com as definições mais convenientes.”

O final do filme e sua mensagem são lindos: os cinco são diferentes, mas a aceitação, tanto social quanto a de si, construída durante a história mostra, explica e prova que os jovens compartilham de problemas semelhantes em suas vidas.
O Clube dos Cinco será eterno enquanto existirem jovens para sentirem e sofrerem com os problemas da juventude.

 

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Sétima Cabine

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