O Contador estréia hoje, 20 de Outubro, nos cinemas de todo Brasil. O filme tem um elenco fantástico com Ben Affleck no papel titular do contador, Jon Bernthal, Anna Kendrick e J.K. Simmons, todos fazendo um ótimo trabalho. A premissa do filme é interessante e promissora, com o personagem de Affleck tendo um grau de autismo que lhe permite viver uma vida relativamente funcional e dá a ele um dom com números que o leva a trabalhar como contador de muitos clientes com negócios “questionáveis”. Infelizmente o filme não consegue dá vida a todo o potencial.
O ritmo do filme é interessante, com apresentações de personagens e tramas, passada e presente, que prometem muito mais do que o filme consegue entregar. Suas cenas de ação são excitantes e muito bem executadas, mas o formato da narrativa, com as tramas de passado e presente revelando as relações entre os personagens se intercalando não consegue bater bem com as sequencias de ação. Ele se torna quebrado, enlinhado, cansativo. O publico se importa com os personagens, já que os atores os desenvolvem bem, mas os elementos do filme não parecem casar bem. Seus momentos de thriller investigativo versus seus momentos de filme de ação explosiva acabam destoando muito.
A premissa e representação de pessoas em diferentes pontos do espectro de autismo é interessante, mas caí no erro de sugerir super-poderes. A situação “neurodiversa” do protagonista acaba permitindo a desconstrução, ou no minimo um tratamento diferenciado, para clichês do gênero, mas esse esforço acaba se perdendo na gana de criar uma historia muito mais ambiciosa do que ela precisava ser.