Crítica – O Primeiro Homem

Aclamado pela crítica, Damien Chazelle não perde tempo em transformar sua inspiração em sucesso. Mais uma vez o diretor traz às telinhas um filme que promete encantar a muitos ao redor do mundo. Depois dos sucessos Whiplash (Oscar de melhor mixagem de som, melhor montagem e melhor ator coadjuvante) e La La Land (Oscar de melhor diretor, melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor trilha sonora original e melhor atriz) o diretor criou uma marca relacionada a produções musicais.

Entretanto, estamos lidando aqui com a biografia de Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na lua. O filme é uma adaptação do livro de James R Hansen e tem um teor bem mais sério do que as produções vencedoras de Oscar de Chazelle. Isso pode ter sido um desafio, apesar de você notar o tempo todo toques do diretor na trilha sonora original e na bela mixagem de som (que falarei depois). O queridinho do Chazelle, Ryan Gosling, interpreta o Neil e está esplêndido em seu papel. O ator tomou gosto por interpretar os introvertidos e agora ele está um passo mais perto de ganhar o seu Oscar de melhor ator.

A Claire Foy (The Crown), interpreta Janet Shearon, esposa de Armstrong. A atriz conseguiu trazer várias camadas para a personagem, um momento é a pessoa forte que “segura as pontas” e outro é mais impulsiva, sensível… Por muitas vezes o filme vai tentar mostrar que ela não é apenas uma dona de casa que ficava cuidando dos filhos e esperando o marido chegar de suas aventuras, mas sim, uma verdadeira líder de sua família. Portanto, Foy se torna uma forte candidata ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.

O filme tem uma fotografia belíssima. As cenas de decolagem e aterrissagem são fechadas e claustrofóbicas, além de escuras, e dão essa sensação de angústia em certos momentos. A câmera muito tremida também contribui para essa sensação. Mas de todas as atribuições que poderia citar, devo dizer que o que mais me encantou foi a mixagem de som. E isso ficou claro logo na primeira cena, uma das melhores em questão técnica. Válido dizer que não só merecedora de indicação, mas também de premiação.

Outro ponto que merece destaque foi a opção do roteiro em não focar apenas na história do homem na lua, mas em todo o contexto político envolvido por trás dela. Se toda a questão política fosse mais aprofundada seria um trunfo sensacional para o filme, pois traria um senso crítico maior. Entretanto, isso poderia atrapalhar o heroísmo que o filme quer dar ao personagem e o diretor precisaria saber dosar.

Um filme que trouxe um outro lado de Chazelle, mais sóbrio e dramático, com uma trilha sonora embalada no bom e velho Jazz, é uma oportunidade imperdível e marcante de ouvir a história do homem na lua de forma íntima e emocionante.

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Sétima Cabine

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