Baseado no romance de Emma Donoghue, O Quarto de Jack (Room) é um dos melhores filmes de 2015 e um dos grandes favoritos ao Oscar de Melhor Atriz de 2016.
Jack (Jacob Tremblay) é um garotinho de 5 anos de idade que vive apenas com sua mãe, Joy (Brie Larson), num quarto com seus 10 metros quadrados, sem janelas, e ele não conhece nada do mundo desde seu nascimento. Sendo o quarto o mundo como Jack conhece, Joy começa a se esforçar para ensiná-lo como as coisas realmente são, o que há realmente fora daquele lugar. E para que Jack conheça o mundo lá fora, Joy arquiteta um plano que pode tirá-los de lá, e que será possível apenas com todo o seu amor.
O Quarto de Jack é magnífico! Mesmo não tendo uma história original, consegue transmitir o sentimentalismo que muitos não conseguem. Você sente em cada olhar, cada diálogo, cada imagem, etc. Não existe uma pressa para que as coisas aconteçam, mostrando a realidade não mostrada e os efeitos que um sequestro causa da vida das pessoas, sendo você a vítima ou não.
Além de ser um drama pesado e tenso, O Quarto de Jack usa como artimanha nos fazer sorrir a cada poucos minutos de filme, e isso se deve ao espetacular personagem que é Jack e a atuação de Jacob Tremblay, que conseguiu passar toda a inocência, fantasia e sua complexidade, se tornando gente grande diante as câmeras. Porém, Brie Larson me surpreendeu, trazendo uma carga emocional tão grande para o papel, se mostrando bem madura, experiente e merecedora da estatueta de ouro.
Caso não conheça ou não se lembre de Brie Larson, tenho certeza que depois de assistir O Quarto de Jack você nunca irá esquecê-la.
Ainda temos uma fotografia que passa um ar desolado para o filme, já que é um longa sobre sequestro. E para isso a impressão que temos muitas vezes é a imagem acinzentada, mas também tem a genialidade de tornar tudo mais colorido quando Jack está por perto. E, por fim, a trilha sonora: original e orquestral, com músicas pesadas e dramáticas, fazendo as cenas de tensão serem realmente tensas e cada vez mais densas, assim nos fazendo ficar agoniados do começo ao fim.
O Quarto de Jack não é apenas um filme dramático sobre sequestro, mas sim uma história de amor entre mãe e filho, a coragem de fazer sacrifícios por aqueles que amamos, seja para encararmos o mundo como ele é, ou esquecê-lo quando preciso.