Pedro Coelho, animação inspirada no conto de Beatrix Poter, chegou às telas do cinema com um formato moderno e carismático. Pelas mãos do diretor Will Gluck, de “Amizade Colorida” e “A Mentira”, a história gira em torno de Pedro que mora com sua família e outros animais num bosque situado em algum lugar ao redor de Londres. Tudo muda com a chegada de um novo morador, Mr. McGregor, na casa onde existe uma horta da qual os animais do bosque usufruem.
Domhnall Gleeson, que interpreta Mr. McGregor, está muito bem no papel, levando em conta que trabalha em filmes mais sérios, conseguiu se adaptar admiravelmente nesta comédia. Já a atriz Rose Byrne, que interpreta a vizinha doce e protetora dos coelhinhos, trouxe sua leveza e naturalidade que já é de costumes em seus vários trabalhos do gênero.
Algo que certamente pode incomodar é o roteiro, que sem grandes feitos, não foge do genérico. A trama se desenrola de maneira previsível, apesar de tentar parecer inovadora, e traz poucas cenas realmente inesquecíveis. Tem um bom timing cômico com piadas que, na sua maioria, funcionam. Ressalta um discurso de “É importante assumir os erros” como lição de moral de uma forma pouco ousada, como vários outros detalhes da trama, mas não tirando a importância da mensagem a ser passada.
Um ponto forte na animação foi o sucesso da equipe de computação gráfica em criar os aspectos e expressividades dos coelhinhos e dos outros animais do filme, juntamente com a equipe de fotografia, que conseguiu criar um belo cenário no campo que consegue combinar a magia de ter animais falantes e seres humanos num mesmo filme. Já da trilha sonora não pode se dizer o mesmo, com canções originais pouco memoráveis, constrói um dos componentes do filme de maneira medíocre.
Contudo, Pedro Coelho é no geral um filme simples, divertido e leve de se assistir. Um programa para toda família e que, com toda certeza, vai divertir muito as crianças com seu humor pastelão e até alguns adultos que se deixarem levar pela atmosfera da animação.