Quatorze anos depois do último filme da franquia, Premonição: Laços de sangue chega como um reencontro com a morte — e com os fãs. O novo capítulo entrega boa parte do que sempre definiu a série: mortes criativas, tensão crescente e aquele toque de paranoia que transforma objetos cotidianos em ameaças fatais. A sequência de abertura é impactante, as cenas de morte continuam sendo o espetáculo principal, e há momentos genuinamente divertidos. Nesse sentido, a nostalgia funciona.
O destaque emocional fica por conta da despedida de Tony Todd como William Bludworth. Seu retorno traz peso simbólico e um aprofundamento bem-vindo ao personagem, conectando-o ao evento trágico que dá origem à maldição familiar explorada no filme. Para quem acompanhou a franquia desde o começo, há algo de catártico nessa despedida.
No entanto, Laços de sangue também escancara os limites de sua fórmula. A ideia de expandir a lógica da morte inevitável para uma maldição hereditária é interessante no papel, mas não o suficiente para renovar por completo a estrutura repetitiva da série. Apesar do esforço em inserir novas regras, o filme não se distancia tanto dos moldes anteriores. As mortes são visualmente eficazes, sim, mas muitas vezes seguem o mesmo ritmo e previsibilidade que já conhecemos.
É um filme divertido? Sem dúvida. Funciona como entretenimento pipoca e celebra a própria mitologia de maneira respeitosa. Mas fica a sensação de que, para seguir viva — ou pelo menos nos surpreendendo — a franquia precisa mais do que sangue e nostalgia. Premonição: Laços de sangue é uma homenagem digna ao passado, mas ainda deve à morte um futuro mais ousado.