O novo filme de Steven Spielberg é uma grande defesa da liberdade de imprensa não apenas das pressões políticas mas também de mercado. É um filme que depende profundamente das interpretações de Meryl Streep e Tom Hanks, e eles conseguem entregar um filme envolvente que transita por questões importantes sem cair em proselitismo.
Em mais um drama histórico, desta vez acompanhando a primeira mulher a encabeçar uma corporação de mídia cujo carro chefe é o Washington Post — até então um jornal sem grande impacto nacionalmente, mas representativo em sua região. Quando está entrando na bolsa de valores para lançar ações e se capitalizar e tendo seu jornal banido de pequenos eventos da Casa Branca por uma cobertura não alinhada a administração, Kat Graham, personagem de Meryl Strep, precisa fazer uma importante decisão editorial sobre documentos secretos que vazam para seu jornal e para o New York Times.
Os personagens são envolventes, seus conflitos de interesses na história são compreensíveis. A grande questão moral do filme não é preto e branco, mas sim como navegar nos diferentes tons de cinza e chegar numa decisão correta. O filme constrói as tensões envolvidas muito claramente, e tem um visual primoroso.
Não surpreendentemente as indicações para o Oscar do filme são justamente seus atores, que carregam tanto do filme.