Liam Neeson retorna aos cinemas com Último Alvo, um filme que, à primeira vista, parece um thriller de ação tradicional, mas que se revela um drama introspectivo sobre redenção e envelhecimento. Sob a direção de Hans Petter Moland (Vingança a Sangue Frio), a trama acompanha um ex-mafioso que precisa confrontar tanto inimigos externos quanto sua própria mente deteriorada.
Thug (Liam Neeson) é um ex-criminoso que ainda presta serviços para Charlie Conner (Ron Perlman), chefe da máfia. No entanto, sua vida muda ao receber o diagnóstico de uma demência irreversível. Entre dores de cabeça e lapsos de memória, ele tenta reatar laços com sua filha Daisy (Frankie Shaw) e seu neto Dre (Terrence Pulliam), buscando um final digno para sua jornada.
Quando ele e Kyle (Daniel Diemer), filho de Charlie, descobrem um carregamento de mulheres sequestradas, Thug é forçado a encarar sua consciência. O filme equilibra bem a dualidade do protagonista: um homem acostumado à violência, mas que agora se vê em uma luta muito mais pessoal e moral.
Diferente do que o trailer sugere, Último Alvo não é um festival de tiros e explosões, mas sim um estudo de personagem. Liam Neeson entrega uma atuação sólida, explorando a fragilidade de um homem antes temido. As cenas de ação estão presentes, mas o foco está na decadência física e psicológica de Thug.
Ron Perlman, como o mafioso Charlie, rouba a cena sempre que aparece, mas seu tempo em tela é reduzido. Já a trama de tráfico humano, que deveria ser um gatilho moral para Thug, não convence totalmente e acaba diluída em meio a tantas subtramas.
Lembrando Pacto de Redenção, com Michael Keaton, Último Alvo é um filme que intriga e traz bons momentos, mas que poderia ter explorado melhor seus elementos dramáticos. No fim, é uma reflexão sobre as consequências do passado e a busca por um último ato de dignidade.