A experiência única de reler seu livro favorito e se surpreender.
Acho que todos fomos pegos de surpresa quando Stephenie Meyer anunciou que, para a celebração de dez anos de Crepúsculo, ela havia escrito uma versão alternativa da história na qual os gêneros dos personagens haviam sido trocados. Alguns até ficaram relutantes com a característica de fanfic desse enredo ou com a relevância do volume para a saga. Afinal, se é a mesma história, não há motivo para lê-la, certo?
Concordo que o enredo pareça ser o mesmo, mas o atrativo desse livro é que Stephenie fez muito mais do que brincar com o gênero de seus personagens – ela destruiu a imagem preconceituosa que muitos tem da série de que Bella é indefesa e obcecada por um vampiro porque é uma garota. Acreditem: Beau é tão indefeso quando Bella e, se possível, ainda mais obcecado por Edythe do que Bella por Edward. O mais interessante nesta troca de perspectiva foi ver o quão simples foi para que as ações e emoções da Bella se encaixassem em um garoto. Vemos que a história original de Meyer não é tão dependente dos sexos dos personagens quanto os céticos gostam de acreditar.
Sobre o livro em si, passado o estranhamento das 100 primeiras páginas em que precisei fazer um esforço consciente para me adaptar aos novos nomes e relacioná-los com as personalidades já conhecidas, a leitura fluiu de uma maneira gostosa (assim como com Crepúsculo) e me apaixonei pelo livro assim como da primeira vez. As cenas em Port Angeles foram as que mais me chamaram a atenção porque eu não sabia o que esperar delas, então as li pronto para ser surpreendido e não fui desapontado. Na verdade, fui pego de surpresa mais vezes do que esperava. O enredo é só essencialmente o mesmo… até as últimas 50 páginas.
Sim, o final tinha que ser diferente. O primeiro motivo para isso é que Life and Death é um stand-alone – não haverá continuações para ele, portanto ele precisava passar uma ideia de completude e finalização que não temos em Crepúsculo. O segundo motivo é que as circunstâncias biológicas que levaram Bella a seu destino não se aplicariam a Beau, então as coisas deveriam ser adaptadas (ou como a escritora quis chamar, “reimaginadas”). Mas se você acha que isso é o suficiente para saber o que esperar do livro, você está enganado, já que a conclusão não fica clara até as últimas páginas (e não digo as últimas dez, e sim as últimas duas!). Stephenie mais uma vez soube muito bem como trabalhar as expectativas do leitor e surpreendê-lo.
Para os fãs da saga, esse livro foi um grande presente. Que outra oportunidade temos de reler um livro que amamos sem saber o que esperar no final? Acho que, como leitores, um dos nossos maiores desejos é poder reler nossos livros favoritos pela primeira vez e sentir todas as emoções novamente, e Stephenie Meyer nos deu isso em Life and Death sem decepcionar. Beau e Edythe vão fazer tanta falta para mim como Bella e Edward fazem há anos.
Minha nota entre 0 e 10 seria 1000, mas como o site só me permite uma nota máxima de 10, é ela que eu escolho.