O piloto de The gifted inicia a história de um jeito interessante e é uma das melhores estreias desse Fall season. Depois de Legion no FX, a FOX juntamente com a Marvel television produz esta série, para a televisão aberta. Criada por Matt Nix (que também é showrunner), a série é protagonizada por Stephen Moyer e Amy Acker como dois pais comuns que começam a fugir do governo depois que eles descobrem as habilidades mutantes de seus filhos. Outros atores e atrizes como Sean Teale, Jamie Chung, Coby Bell, Emma Dumont, Blair Redford, Natalie Alyn Lind, e Percy Hynes White também estrelam na série. A série recebeu uma ordem de piloto na Fox depois de uma tentativa anterior de uma série dos X-Men, baseada no Clube do Inferno, não avançar na rede em 2016. Segundo o próprio criador da série, ela iria contar uma história mais “íntima” do que os filmes fazem já que “também explora questões envolvendo mutantes e que essa experiência é de uma maneira que é difícil de fazer em um filme de duas horas porque [um filme] precisa se mover muito rapidamente e precisa chegar a grande ação.”.
A família fugitiva conduz à narrativa como essefator guia, também demonstrando o seu público alvo, a própria família: a trama é acessível e paratodos, se aproximando da proposta Marvel nos cinemas. Além de ser um artifício para dar rotatividade, frescor, movimento e ação à série, a fulga constate dos personagens demonstra como o ambiente desse mundo é hostil para essa minoria chamada de mutantes. Logo, podemos fazer todas as comparações possíveis desse mundo com o nosso. A premissa de The gifted é genérica e básica, mas é desenvolvida já no piloto, tem possibilidades de nos levar a caminhos interessantes e quiçá inesperados.Você subestima a série: a trama, os personagens, os atores, os efeitos e é surpreendido, ela é boa. Tudo se ajuda e completa para a melhoria da série.
Os mutantes sempre trazem em suas histórias a diversidade e aceitação dessas diferenças como centro do discurso. E isso é o norte dessa série, até o presente momento.A TV começou a fazer coisas que o cinema ainda não fez ou não conseguiu realizar em plenitude: as relações interpessoais dos mutantes, o ser mutante, se divertirem com seus poderes. Parafraseando o criador da série, o tempo da narrativa na televisão (mais longo) abre as portas para que tais coisas aconteçam, diferentemente do tempo narrativo do cinema.
Vejamos Legion, por exemplo, a série do FX (também da fox) conseguiu em menos de 10 episódios criar um empatia do público para com os personagens e dos personagens entre si, esse ser mutante já comentado (mesmo que diferentão, já que Legion é um programa de televisão diferentão.). Os efeitos visuais e especiais de The gifted são bons, mas não tanto quanto os efeitos de sua série irmã, por conta do investimento. Todavia, o custo-benefício em relação aos efeitos e todos os componentes técnicos tem saldo positivo nesta série. Mesmo com pequenos erros e uma produção com orçamento de TV aberta, The gifted tem bons momentos e ótimas primeiras impressões. Para conseguir seguindo tal rumo é necessário trabalhar este universo e brincar com as possíveis possibilidades de novas adições de mutantes e fugir dos clichês.
Texto enviado por Lucas Daniel.