Neste novo filme de horror os conceitos milenares de bruxaria, magia negra e possessão foram reunidos de forma inovadora para contar a história detalhada e instigante do desmonte assustador sobre uma família que vive em um área selvagem da Nova Inglaterra no século XVII.
Com a ameaça de banimento pela igreja, um fazendeiro inglês abandona sua fazenda da colônia, transferindo mulher e cinco filhos para uma gleba remota de terra nos limites de uma floresta sinistra, de dentro da qual espreita um mal desconhecido. Fatos estranhos e inquietantes começam a acontecer quase que imediatamente, animais se tornam malignos, colheitas fracassam e uma das crianças desaparece enquanto outra se torna aparentemente possuída por um espírito maligno. À medida que aumentam suspeitas e paranoia, os membros da família acusam a filha adolescente Thomasin de bruxaria, acusações que ela nega firmemente. Enquanto as circunstâncias se tornam mais traiçoeiras, a fé, a lealdade e o amor de cada membro da família são testados de formas chocantes e inesquecíveis.
Longa-metragem de estreia do escritor e roteirista Robert Eggers, apresentado pela primeira vez no Festival de Cinema de Sundance de 2015, conquistando o prêmio de Melhor Diretor na U.S. Narrative Competition, recria meticulosamente a Nova Inglaterra temente a Deus décadas antes dos julgamentos das bruxas de Salem de 1692, nos quais as convicções religiosas tragicamente se transformavam em histeria de massa. Contada através dos olhos da adolescente Thomasin, numa encenação primorosa da principiante Anya Taylor-Joy, e com o apoio de um trabalho de câmera magnetizante e uma trilha sonora poderosa, A Bruxa é uma nova interpretação arrepiante e revolucionária no gênero.
Com a grande expectativa para a estreia do terror no dia 03 de março, reunimos 7 curiosidades que farão aumentar sua vontade de conferir o longa nos cinemas!
1 – A APARÊNCIA DE A BRUXA
A Bruxa está impregnada na linguagem e na imagística dos contos de fadas clássicos, evocando o folclore e o encantamento da floresta que deu forma ao trabalho dos Irmãos Grimm e outros contadores de histórias durante a assim chamada Idade de Ouro dos Contos de Fadas, que chega até o final do século XIX e o fim da Primeira Grande Guerra. Esse período fascinava Eggers quando criança, tanto pelo conteúdo maravilhoso das histórias primitivas quanto pelas ricas ilustrações de pessoas como Harry Clarke e Arthur Rackham, cujo estilo se tornaria uma influência considerável na aparência do seu longa-metragem de estreia. “Esses ilustradores da idade de ouro deram forma ao meu gosto mais do que qualquer filme ou cineasta”, Eggers admite.
2 – O ELENCO
À medida que começava o processo de escolha do elenco, Eggers procurou pessoas com aparência autêntica para personificar os membros da família religiosa, não atores com rostos conhecidos. Ele já tinha conhecimento de Ralph Ineson, ator britânico especializado em personagens excêntricos, conhecido pelo seu papel coadjuvante na série Game of Thrones, e nos megassucessos Guardiões da Galáxia e Harry Potter e as Relíquias da Morte. Ele se tornou o primeiro ator contratado, no papel do patriarca religioso, William. “Ralph foi o pai deste filme de muitas formas”, explica Eggers. “Ele deixou crescerem a barba e o cabelo logo no começo e aprendeu a arte de cortar lenha. Depois passou fome para a filmagem, chegando ao Canadá com aparência abatida e malnutrida. Basicamente, ele era William”
Kate Dickie (Game of Thrones, Prometheus), foi escalada como a rigorosa esposa de William, Katherine. Depois de assistir ao seu desempenho no drama de Andrea Arnold, Marcas da Vida, Eggers sabia que tinha a segunda personagem feminina principal, a fiel matriarca da família que se recolhe na prece e na histeria, enquanto os horrores aumentam. Kate Dickie já estava se preparando para outro papel que exigia que aparecesse passando fome quando foi escalada como Katherine, confirmando o instinto de Eggers que ela poderia trazer à vida a fanática histriônica no fim de suas forças. “Durante a preparação para o filme, ela ficou obcecada com um livro de orações puritano das minhas pesquisas”, diz Eggers. “Ela o levava para todos os lados no set no iPad, recitando as orações entre as tomadas. Ela estava sempre pronta para tudo. Jamais vi alguém tão à vontade em sua arte e possuída pela personagem”.
3 – TERROR MODERNO NO SÉCULO XVII
Eggers explica que tentou construir A Bruxa como um “pesadelo do passado”, tendo como inspiração alguns contos obscuros e violentos da época. O filme coloca uma ênfase pesada sobre o conflito do bem contra o mal. Esta história é construída sobre a premissa de que as bruxas são reais. Estamos falando de pessoas que se parecem e agem como qualquer outra, exceto que eles têm o poder de enganar e iludir os bons cristãos, espalhando a morte e a doença onde quer que vão, assim, os personagens puritanos são levados a acreditar que só através da oração constante e serviço incansável ao Senhor que eles terão alguma chance de proteção contra Lúcifer.
Há uma entrevista, legendada, onde o diretor Robert Eggers fala um pouco sobre a construção do terror presente no filme, que você pode conferir aqui:
4 – CENÁRIOS E FIGURINOS AUTÊNTICOS
Uma casa de fazenda autêntica, baseada em transcrições arquitetônicas descobertas na biblioteca da Plimoth Plantation, foi recriada pouco a pouco pelo designer de produção Craig Lathrop nas regiões inexploradas canadenses do Norte de Ontário, nas proximidades de uma pequena cidade madeireira chamada Kiosk. Durante a construção da cabana, Lathrop chegou até a aumentar as aberturas das janelas em quase um terço, de outro modo seria muito escuro para filmar. “Craig foi fanaticamente intransigente sobre a criação dos cenários, muitos deles frequentemente próximos de estruturas reais”, explica Eggers.
“Tudo que aparece na câmera é feito dos materiais de construção corretos e autênticos que uma família puritana teria usado nos anos 1630, como tábuas de carvalho cortado a mão e telhados cobertos por palha de junco. Técnicas e ferramentas autênticas foram usadas sempre que necessário para tornar o mundo da história mais plausível e autêntico”. A figurinista Linda Muir (Trinta e Dois Curtas Sobre Glenn Gould, Exótica) analisou vestuários de época e reuniu-se com Stuart Peachey, o mais destacado especialista em artigos de vestuários ingleses das pessoas comuns. A partir desses modelos, ela criou figurinos de lã e linho, todos feitos à mão, dentro do compromisso meticuloso de Eggers com a autenticidade do período em todos os níveis do processo de filmagem.
Mesmo sendo um filme de terror, A Bruxa acima de tudo está inserida num mundo natural, o que demandava uma trilha sonora e sonoplastia que fossem igualmente inspiradoras, transcendentes e malevolentes. “O som da natureza tinha sempre que estar presente e em alto volume”, explica Eggers. “Tratava-se de reunir os tons corretos e criar essa densa atmosfera sônica do som das árvores, placas de piso rangendo, riachos se precipitando e os gritos dos ventos”. O compositor do filme, Mark Korven, tinha um amplo conhecimento de história da música, inclusive sons do período, ao mesmo tempo que possuía ouvido para o estranho e o bizarro. Ele trabalhou em estreita relação com Eggers para transformar acompanhamentos musicais de salmos do século XVII cantados por verdadeiros puritanos em música atonal dissonante e, por vezes, histérica para realçar enormemente as cenas mais terrificantes do filme.
6 – STEPHEN KING ACHOU O FILME ATERRORIZANTE
Após assistir ao filme, o escritor Stephen King, um dos maiores escritores de contos de horror fantástico e ficção da atualidade, escreveu em seu Twitter o que achou do filme:
7- O FILME JÁ É CONSIDERADO COMO UM DOS MAIS ASSUSTADORES DA HISTÓRIA DO CINEMA
Além de ter ganho o apoio da The Satanic Temple, uma seita satânica, onde o filme tem passado, muitos afirmaram que se sentiram perturbados ao assistir A Bruxa. “Dá a impressão que estamos assistindo a algo que não deveríamos”, afirma o site Hitfix.
E aí, tem coragem? O longa estreia na próxima quinta-feira (03) nos cinemas nacionais. Confira o trailer: