O filme é um drama biográfico que conta a história de vida de Henri Charrière, ou Papillon, que viveu na França na década de 30 e acabou sendo preso injustamente por assassinato. O personagem é enviado para a famosa Devil’s Island e conhece o homem com que passa anos tentando escapar, o falsificador Louis Dega.
O remake do filme Papillon (1973), inspirado nos livros Papillon e Banco, é uma obra emocionante e questionadora. Assim como o filme original. Chegamos ao ponto crucial da análise desse filme. De fato, existe toda uma roupagem nova, como um novo elenco, recursos técnicos avançados e cenas gráficas mais chocantes. Mas ideologicamente falando os filmes são muito parecidos.
Parando para analisar a obra isoladamente, se assim você preferir, o filme é sim fantástico. Mas um dos fatores levados em conta para analisar obras é a originalidade, portanto, trazer recursos e visões diferente, ainda dentro da mesma ideologia do filme, seria essencial para fazer dessa uma obra cativante. Algo de novo, que pode ter contribuído para uma maior construção de suspense, foi o uso de cenas gráficas de violência, todas muito bem realizadas.
As atuações são ótimas, em destaque para o Rami Malek, que interpreta Louis Dega, pois consegue trazer um novo conceito de estranho para o personagem, nos fazendo confiar e desconfiar dele a cada segundo do filme. Sem falar nas cenas de suspense em que você pode sentir a agonia ao ver suas expressões.
A fotografia do filme é belíssima, quando se faz presente alguns momentos de esperança é mais viva e com planos mais aberto, diferente dos momentos na ilha, que são mais escuros e fechados nos personagens ou abertos para mostrar situação deplorável do local.
Um bom filme de drama, mas peca por permanecer em uma zona de conforto artística que a maioria da indústria cinematográfica conserva.