CRÍTICA – DESLEMBRO

De volta ao Rio de Janeiro, logo após o decreto de anistia no Brasil, Joana, adolescente que vivia em exílio com a família em Paris, busca mais detalhes, ocasionalmente assistida pela avó, enquanto em contrapartida sua mãe esconde o que sabe, sobre o desaparecimento de seu pai nos porões do DOPS. Sua jornada em busca da verdade desencadeia memórias até então esquecidas.

Transitando entre diversos temas, sendo o principal o impacto da ditadura brasileira em diversas gerações, arriscando até dizer que atinja as mais recentes, Deslembro dá a devida importância aos outros momentos, seja ele a relação entre os personagens, ou a fase de transição de amadurecimento de Joana. Mas não deixa que isso atrapalhe a história ou fluidez do filme, que apesar de ter um ritmo lento é consistente por toda sua duração, e não deixa tudo para o final.

O primeiro longa-metragem de Flávia Castro, que assume ambos roteiro e direção, traz um pouco de sua própria vivência, tendo ela retornado ao país na época de anistia em sua adolescência, ainda que sua história não seja a mesma da personagem principal, e apresenta ao público três gerações diferentes, três mulheres que são fortes, cada uma de seu próprio modo, Lucia, avó de Joana, que tenta com outras mães entender o que aconteceu com seus filhos; a mãe de Joana, que em seu passado lutava ativamente contra a ditadura ao lado do marido, Eduardo, e tenta deixar para trás o que aconteceu, evitando ao máximo tocar no assunto ou sendo evasiva, e Joana, perturbada por memórias fragmentadas.

Fazendo sua estreia nas telas, Jeanne Bouldier dá vida a seu papel, e expressa bem as emoções da adolescência conturbada de Joana, assim como as que são comuns nesta fase. Jeanne contracena com outros nomes mais conhecidos como Sara Antunes, que assume o papel da mãe, e Eliane Giardini, a avó, e apesar de não terem o mesmo tempo de tela que Bouldier, interpretam suas respectivas personagens tão bem quanto. 

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Sétima Cabine

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