Que a Disney faz animações e longa metragens animados fenomenais, isso é não segredo. MAS (é sempre tem um “MAS”), talvez pelo bem da história, talvez pra ocultar fatos, digamos, desagradáveis, da história original que inspirou a animação, a Disney comete deslizes históricos, por vezes, crassos.
No Cabine Curiosa de hoje, nós vamos dar um passeio por algumas célebres animações da Disney, e descobrir onde ela errou, e errou feio! E você nem percebeu…
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Pocahontas
No filme, Pocahontas é a filha do chefe Powhatan, e se apaixona pelo colonizador John Smith. Essa é a história que vemos no filme. MAS (lembra do MAS? Pois é, se acostumem, pois vai haver muito dele!), essa não é a verdadeira história. A verdadeira Pocahontas tinha apenas 11 anos, foi capturada e, mais tarde, foi feita esposa de John Rolfe e convertida a cristianismo (não sabia disso? Então assista Pocahontas 2.) . Juntos, eles tiveram um filho chamado Thomas. Afora que não há evidência histórica de envolvimento amoroso com John Smith, e ele nem era bonitão como no longa metragem.
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Mulan
A história de Mulan é parte do folclore Chinês, e está datada por volta dos anos 386 e 538 d.C. No longa vemos os Hunos tentando invadir a China e assassinar o Imperador. MAS (olha ele aí!), o título de Imperador fora utilizado pela última vez há cerca de um século antes do nascimento da lenda de Mulan, além de tampouco não estava concluída a Grande Muralha da China na dita época como é mostrado. Eita, nós, hein, Disney? Vamos romantizar a coisa, mas não a ponto de cometer um impropério histórico destes! (Prevemos historiadores comentando essa matéria.)
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Valente
A história, já conhecemos: uma garota forte e independente que se rebela contra os costumes e tradições de seu povo, pois pensa de forma diferente e não aceita tudo o que lhe é imposto (no caso, um casamento com alguém que ela não ama), e procura seu próprio destino (o que normalmente termina em confusão). Merida, sem dúvida, é um bom exemplo disso tudo, e também exemplo de arqueira. MAS (achou que eu estava brincando quanto ao MAS?), não é exemplo no que tange à exatidão no vestuário. De acordo com os historiadores escoceses, os homens no filme pintam os corpos como seus antepassados da Idade do Ferro, enquanto as mulheres têm vestidos e materiais frequentemente usados entre os séculos XIV e XV. Sem mencionar que Merida tem apenas 16 anos e é uma princesa de um clã escocês tradicional medieval, e recusar um casamento, mesmo que arranjado, desobedecendo assim as ordens de seus pais, seria motivo mais que suficiente pra levar uma bela surra… (não, não estamos sendo machistas, gente, apenas encarando os frios e cruéis fatos.)
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Hércules
Saindo um pouco das princesas da Disney, vamos falar daquela montanha de músculos, filho de Zeus, bonitão do Olimpo, herói da mídia grega, matador da Hidra de Lerna, é, ele mesmo: Hércules! A história, bem simples, mostra nosso herói indo de um zé ninguém desconhecido a herói grego famoso em um curto espaço de tempo, e ainda tendo de lidar com as artimanhas de Hades, o deus do submundo. Pois é, todos conhecem a história. E todos que viram o longa animado também viram que ele cavalga o Pégaso, o famoso cavalo alado. MAS, acontece que a lenda do cavalo alado Pégaso não tem sua origem no mito original de Hércules. E Hades é apenas mencionado no mito, não é parte integrante. A história original de Hércules também não é romantizada como aparece no longa. Segundo a mitologia, Hércules acabou enlouquecendo, assassinando sua esposa e filhos de uma forma muito brutal. Nada “heroico”, não é mesmo?
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A Bela Adormecida
E voltamos ao tema “Princesas da Disney”. Dessa vez com a princesa Aurora, a Bela Adormecida. Na cena final, em que há o baile, a Princesa Aurora e Príncipe Phillip dançam a valsa. MAS, a história deste famoso conto de fadas tem lugar no século XIV. durante esse período bailava-se de uma forma que só permitia que as mãos se tocassem, no entanto, o príncipe abraça a princesa e coloca um dos braços em volta sua cintura. Isso teria sido super inadequado!
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Frozen
Vamos agora para Arendell, lar da Rainha do Gelo, Elsa! Em um dos trabalhos mais bem sucedidos dos últimos anos, Elsa usa os fractais congelados e, embora refira-se à magia de gelo cantando sua canção Let It Go (que, na versão em português chamava-se “Livre estou”), na realidade ela não deveria ter feito isso. MAS, a palavra “fractal” foi adicionada ao dicionário de inglês em 1975, ou seja, sem a mais mínima correspondência ao tempo da ação do filme.
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A Princesa e O Sapo
E chegamos à New Orleans do começo do século XX, em que o Jazz, o Blues e a segregação racial reinavam absolutos! A animação conta a história de Tiana, que sonha em abrir seu próprio restaurante em New Orleans… na época da segregação racial de Jim Crow. MAS, apesar do filme demonstrar isso como um sonho, seus planos simplesmente não poderiam se tornar realidade naqueles tempos terríveis, em que as condições de trabalho das pessoas de cor eram deploráveis. O casamento interracial naqueles tempos também teria sido ilegal! E Tiana nunca, nunquinha, deixaria de ser um garçonete, porque simplesmente por ser negra, em uma New Orleans dominada pelos brancos, ela não iria conseguir a licença para abrir seu restaurante, isso sem mencionar que ele não iria ser frequentado por brancos e os negros não teriam como pagar pelo luxo que o restaurante oferece.
E então, amigos Nerds? Gostaram? Já tinha percebido esses deslizes da Disney em suas animações? Comentem e deixem suas opiniões!
