O mais novo filme estrelando Margot Robbie é uma longa carta de amor ao cinema. O filme acompanha um grupo de personagens em volta das produtoras de Hollywood no final dos anos 20, mas a história atravessa muito mais do que glamour. O filme mostra o caos, os excessos, a bagunça. Focado no olhar de duas pessoas de fora que estão tentando entrar na industria – Nellie LaRoy, a personagem de Margot Robbie, e Manny Torres – que em uma festa de um grande produtor acabam cruzando caminho com um astro talvez começando a perder seu lugar de galã, interpretado por Brad Pitt. O amor expresso em Babilônia ao cinema segue em paralelo o amor dos dois protagonistas. Enxerga os problemas e os defeitos, mas mergulha na paixão mesmo assim. Infelizmente nem toda plateia se entrega a essa paixão como os personagens.
Com 3 horas de duração, Babilônia certamente tem ambições épicas. Buscando retratar um momento único da história do cinema – a transição de cinema mudo para o falado – como muitos outros fizeram já, mais notavelmente Cantando Na Chuva, um filme tão amplamente referenciado em Babilônia que se torna essencialmente uma homenagem. Babilônia definitivamente tem uma voz única, mas parece faltar comprometimento, a narrativa tem excelentes momentos experimentais ao mesmo tempo que segue a estrutura hollywoodiana.
As atuações carregam o filme, e na narrativa caótica e ex seus pedaços mais experimentais, a paixão pelo cinema expressa ali compensa os tropeços no caminho – se é uma paixão que você compartilha. Babilônia definitivamente não é para todos – e nem é perfeita.