“Barbie” é dirigido por Greta Gerwig e estrelado por Margot Robbie, trazendo a famosa boneca à tela grande. Desde o anúncio, o filme tem gerado expectativas com um elenco de peso e um roteiro promissor. No entanto, Muito antes da internet comparar Barbie à Oppenheimer, que estreia no mesmo dia, o filme já tinha um outro filme para se sobrepor. Ao ter Will Ferrel no papel do CEO da Mattel fica impossível não lembrar de outro filme baseado em um brinquedo que foi grande sucesso. Quando Lego entregou seu primeiro filme e estabeleceu um alto padrão para outros filmes baseados em marcas de brinquedo, um padrão que a própria marca não conseguiu acompanhar nas produções seguintes. Quanto ao meme com o filme de Nolan, os dois não são realmente comparáveis, e a piada é essa. Mas o filme da Lego é um grande referencial a ser alcançado. A questão real por tanto é, a Barbie pisou em Legos?
A jornada de Barbie e Ken, interpretado por Ryan Gosling, explora de forma perspicaz a dinâmica entre homens e mulheres ao longo do tempo. A Mattel definitivamente não escapou das piadas, embora o verniz corporativo ainda seja evidente no filme. Com humor, ironia e análise metalinguística, a produção conquista o público ao combinar elementos nostálgicos e inovadores. O roteiro certamente sai do óbvio que se esperaria a partir dos trailers, mas pode não acompanhar completamente o hype que vem sendo construído ao longo dos meses pela produção. Ainda assim, o filme é bom, e divertido.
Tudo que não estava na divulgação surpreende positivamente, Greta Gerwig conseguiu fazer um roteiro surpreendente mesmo partindo dos clichês inevitáveis deste gênero. “Barbie” é inquestionavelmente o grande blockbuster das férias, inclusive já bateu recorde de pré-vendas, mas não é o “magnum opus” de Gerwig, assim como Oppenheimer é para Nolan. Essa comparação não seria justa de qualquer forma. No entanto, ao compará-lo com “Lego”, Greta conseguiu encontrar um caminho único que não machuca os pés arqueados da Barbie com peças de Lego.