O Batman de Matt Reeves passeia pelo filme noir e por faroestes magistralmente, com um excelente Batman de Robert Pattinson. O filme consegue revigorar a franquia com uma abordagem que, mesmo com 33 anos de filmes de batman desde o primeiro dirigido por Tim Burton, até agora não havia sido feita nas telonas.
A estética de filme de gênero, porém com orçamento de blockbuster, entrega um filme visualmente fantástico. A trama é reminescente dos quadrinhos pulp de onde o Batman surgiu e que permite que seu aspecto detetive seja mais ressaltado do que as tramas até então exploradas nas versões cinematográficas. A estética sombria de um filme noir e o elenco peculiar dos quadrinhos do Batman não poderiam deixar essa história mais distante do “realismo” da fase de Nolan e ainda assim apresenta uma história com muito mais pé no chão do que a trilogia anterior.
Porém o orçamento de blockbuster só permite tanta experimentação. Embora esse equilíbrio tenha sido mantido com maestria pelos dois primeiros atos do filme, no terceiro ato as fórmulas “garantidas” de filmes de super-heróis imperam, tirando um pouco da estética e da temática tão bem construída no começo do filme – e deixando o final de um filme particularmente longo (quase 3 horas de duração) um pouco fora do ritmo. E quando isso acontece, você percebe que está sentado na cadeira do cinema há um bom tempo, uma falha na imersão que nenhum filme longo quer que aconteça.
Felizmente o filme é tão bem estruturado no começo, te seduz pro universo do filme com tanta competência, que o final não chega a estragar completamente a experiência.