É um trabalho complicado fazer comédia de uma história que é o retrato de uma dura realidade, como o diretor Todd Phillips faz em Cães de Guerra, que estreou neste 7 de setembro. Tá certo que parte do que é assustador na história real é quão absurda a situação é, e nossa expectativa que coisas deste tipo nem cheguem a acontecer e seja parada pelas autoridades ou algo do gênero. O filme conta a história de dois garotos de vinte e poucos anos e como eles se tornaram negociantes de armas do pentágono, até chegar no maior contrato que eles pegaram — que também é o último.
Os dois protagonistas são interpretados por Miles Teller e Jonah Hill, que fazem um trabalho muito bom, passando pelos momentos dramáticos e engraçados do filme com uma performance sólida. Os personagens são muito interessantes e as performances carismáticas nos prendem a história deles. Acompanhamos as decisões não particularmente éticas e morais deles com a mesma convicção de alguém que, fechando o negocio, estaria milhões de dólares mais rico — e acompanhamos as consequências dessas decisões nos importando com o que acontece na vida dessas pessoas.
Esta “comédia sóbria” não deixa de tirar risadas da gente enquanto assistimos, enquanto nos desesperamos com o fato que tudo isso vem de uma história real, que essas coisas concretamente aconteceram. O filme consegue fazer comentários sociais sérios e ainda assim nos fazer rir do que está acontecendo.
No geral, é um roteiro bem sucedido, condensando e dramatizando a história real de uma forma cativante e bem acabada, trazendo fortes atuações do elenco que resultam em um filme que não é uma obra prima, mas é uma experiência agradável para o publico ainda assim.