Catorze anos depois do surpreendente sucesso de Casamento Grego (2002), que iniciou a história de amor de Hollywood com Nia Vardalos, Toula Portokalos está de volta. A história que rendeu à Vardalos uma indicação ao Oscar por Melhor Roteiro Original e arrecadou mais de 300 milhões de dólares nas bilheterias, ganha sequencia dirigida por Kirk Jones – que dirigiu Rodrigo Santoro no filme de 2012 O que Esperar Quando você Está Esperando. Como no filme original, Nia Vardalos assina o roteiro de Casamento Grego 2. O filme estreiou nos cinemas brasileiros hoje, 24 de março.
O estrondoso sucesso do primeiro filme gerou grandes expectativas sobre a carreira de Vardalos, mas esse casamento promissor não gerou os frutos esperados. Um seriado inspirado no filme teve curta vida com apenas sete episódios antes de ser cancelado. Seus filmes seguintes – como Conie e Carla, Rainhas da Noite (2004) e Falando Grego (2009) – tiveram recepções muito frias tanto da crítica quanto do público. Ao novo filme cabe esquentar este casamento e levantar a autora para o lugar que ela parecia estar tão bem encaminhada a ocupar, entre as estrelas da comédia hollywoodiana.
Se o filme vai conseguir fazer isto, não será pelo roteiro. Desta vez, encontramos Toula e seu marido Ian (John Corbett) em um casamento esfriado e sua filha, Paris (Elena Kampouris), terminando o colegial e escolhendo para qual universidade seguir. O roteiro falha em nos dar motivos para a crise no casamento, mas nos oferece situações engraçadas nas soluções que Toula e Ian tentam dar a relação. O arco da filha é melhor trabalhado e fornece os momentos dramáticos do filme (bem pontuados com cenas cômicas) e permite a Kampouris uma chance de nos mostrar seu carisma e talento.
Em paralelo a Toula tentando reanimar seu casamento, os pais dela, Gus (Michael Constantine) e Maria (Lainie Kazan), descobrem que não foram oficialmente casados por um erro técnico. O casal tem uma química excelente em tela, e enriquecem bastante seus arcos com suas atuações. O roteiro poderia sobreviver bem sem maiores críticas (mesmo que sem maiores méritos também) mas se perde nos muitos pequenos eventos para pequenos personagens que não tivemos tempo de nos importar ou sequer perceber. O elenco, porém, consegue segurar as falhas do roteiro e capturar a atenção.
No geral, é um filme divertido, mesmo que nem todas as piadas funcionem e nem todas as histórias que a família passa sejam interessantes. Não imagino que este filme vá repetir as glórias de seu predecessor e devolver à Vardalos o status estelar que o primeiro parecia prometer. Mas redime a autora do insosso Falando Grego e reaquece um pouco a chama desse casamento que nos últimos 14 anos parecia ter esfriado bastante.
Crítica feita por Vicente Marinho.