Círculo de Fogo: A Revolta é um filme de ação e aventura, continuação do ótimo Círculo de Fogo, de 2013. O longa, que chega aos cinemas em 23 de Março, conta com John Boyega, Scott Eastwood e Cailee Spaeny nos papéis principais. Dirigido por Steven S. DeKnight, com Guillermo del Toro apenas na produção desta vez.
Anos após o fim da guerra entre os Kaijus e a raça humana, novos conflitos surgem em meio à criação de novas tecnologias para defesa contra invasores. Quando novas fendas são abertas e novos monstros surgem atacando cidades, os pilotos Jake (Boyega) e Nate (Eastwood) deverão unir-se para formar uma equipe de defesa para o planeta.
Uma continuação que não consegue chegar perto de superar seu antecessor. Infelizmente, a busca pela criação de franquias lucrativas gera descuidos relacionados à importância de um roteiro para o funcionamento de um filme. Há inúmeros exemplos que confirmam esta afirmação, como a franquia Transformers, a franquia Velozes e Furiosos e, agora, a possível franquia Círculo de Fogo.
Não há muito o que ser lido em relação à linguagem que o Círculo de Fogo: A Revolta aborda. A história é excessivamente cansativa, com cortes abruptos, cenas com ímpeto para emoção que acabam exprimindo nada e uma visível existência desnecessária. Basicamente, o espectador que for para o cinema esperando lutas de robôs contra monstros não sairá decepcionado. Porém, o espectador que for ao cinema esperando um filme, no mínimo, relevante, não terá o que procura. As motivações são vazias, diversos pontos narrativos não batem e, no fim, o cuidado inteiro parece ter sido em criar imagens em computação gráfica. Mas, entrando no assunto CGI, o filme até diverte. As lutas entre robôs e monstros são incrivelmente reais, e isto realça toda a criatividade envolvida em sua formulação.
Boyega é um protagonista carismático, mesmo sem possuir um material de trabalho bem construído. Eastwood cria um esteriótipo de soldado excessivamente certinho, cheio de seriedade e foco no trabalho. Um personagem clichê, criado de forma operante. O elenco mais jovem é um dos pontos positivos em relação ao carisma que o filme precisava. Porém, é difícil analisar a força de interpretações numa obra quando os diálogos apresentados por elas são cansativamente mal escritos.
Em relação ao caráter visual, é difícil diferir o que é real do que é feito por meio de efeitos visuais. E isto, com certeza, é um ponto positivo. O enriquecimento da obra se dá, quase totalmente, por meio de suas tomadas aéreas, suas dinâmicas neuro-corporais e pela utilização criativa de sua geografia. Entretanto, um filme sem densidade narrativa dificilmente encontrará seu caminho para entregar densidade visual. Desta forma, o que é posto em cena quase sempre pode ser interpretado como puro escapismo para uma história em que não há muito o que ser dito.
Círculo de Fogo: A Revolta (Pacific Rim: Uprising) não funciona como deveria. Apesar de tentar atingir a densidade emocional de seu antecessor, apenas consegue impressionar no contexto estético, o que não é suficiente para fazê-lo ser um filme relevante. Suas sequências de ação são divertidas, mas sua história é cansativa e sem profundidade.
Confira o trailer: