O terceiro e último filme da franquia Como Treinar Seu Dragão foi produzido para dar um desfecho à história de amizade entre Soluço e seu fiel companheiro fúria da noite, Banguela. Embarcando em mais uma aventura no mundo viking, acompanhamos o desenvolvimento acentuado de Berk, cidade cenário, e de seus habitantes ao fundir cada vez mais sua cultura com a dos dragões. Como sucessor de seu pai e em sua jornada para mudar a opinião das pessoas mais além das fronteiras de seu vilarejo, Soluço enfrenta problemas inéditos, incluindo o de precisar calçar os sapatos de seu antecessor e ser independente de seu dragão.
Destaca-se por não apresentar a mesma fórmula utilizada pelo diretor, também roteirista, Dean Deblois, de ter como principal vilão, no primeiro filme, ou um dos principais, no segundo, um dragão alfa, necessariamente maior. Desta vez, optando por um antagonista, mais ardiloso e ganancioso, que faz uso de jogos mentais para conseguir alcançar seus objetivos (nem todos compreensíveis), mas que não se limita a isso.
Visualmente a animação abre bastante espaço para a criatividade do departamento gráfico e não peca na pauta em questão. Como os filmes anteriores a ele, vai superando-se com o passar do tempo, ao apresentar diferentes espécies de dragões e cenários novos, não deixando a desejar em cor e na riqueza dos detalhes. Em conjunto com o áudio, cenas do Banguela e sua companheira, denominada pelos próprios personagens como fúria da luz, em que o diálogo não se faz possível, ainda transmitem bastante clareza nas intenções do casal recém-formado, apenas com sons de rosnados e grunhidos.
Com um belo desfecho, e quase digno da espera depois do adiamento de dois anos e meio da primeira data de estreia prevista, Como Treinar Seu Dragão 3 é um filme emocionante de aventura e amizade que consegue arrancar algumas lágrimas dos espectadores mais sentimentais (e dos não muito também), e é uma ótima opção para levar as crianças no final de semana, ou ainda aproveitar o final das férias.