CRÍTICA – DEADPOOL 2

Chega aos cinemas brasileiros no dia 17 de Maio a continuação de Deadpool (2016), a história de um mercenário com poderes de regeneração que o concedem uma quase imortalidade. Deadpool 2 é dirigido por David Leitch (Atômica e John Wick) e escrito por Rhett Reese, Paul Wernick e Ryan Reynolds. O elenco é composto por, além de Reynolds, Julian Dennison, Josh Brolin e Morena Baccarin.

Wade Wilson precisa assumir as responsabilidades de seu trabalho como mercenário super-herói e salvar a vida de um mutante adolescente rebelde (Dennison) que está sendo procurado por Cable (Brolin), um viajante temporal.

Era de se esperar que Deadpool 2 fosse mais chocante e ousado que seu antecessor, e isso é um ponto positivo. Ryan Reynolds possui um incrível talento para o tipo de comédia apresentado aqui, fazendo com que o que mais funcione no filme seja, definitivamente, o personagem principal. Em relação aos outros personagens, é um pouco diferente. O desenvolvimento dado aos coadjuvantes mais significativos é extremamente raso, sem nenhum tipo de explicação ou apresentação das motivações de maioria deles. É possível, em meio à comédia e às explosões, perceber que grande parte dos personagens simplesmente não possuiu uma introdução no contexto em que surgiu na história. Porém, mesmo com esse problema, a dinâmica entre Deadpool e ‘o resto do elenco’ é salva pela química que o talento de Reynolds consegue criar. Ryan Reynolds para o Deadpool é o Robert Downey Jr. para o Homem de Ferro.
Outro problema perceptível no desenvolvimento dos personagens é a forma como vários deles são inúteis para a trama, sendo descartados levianamente, em vez de aproveitados para criar bons rumos narrativos. Claro, isso ocorre como parte de uma grande piada, mas, ainda assim, reforça a ideia do desenvolvimento problemático no filme.

Em relação à história, o mesmo contexto genérico do primeiro filme se mantém. É uma trama relativamente previsível, com rumos óbvios e um roteiro pouco trabalhado. Porém, esse problema é amenizado pela forma como o filme se comporta em relação a ele mesmo. Quando um roteiro é simples e se leva a sério, o filme não funciona. Mas quando um roteiro é simples e sabe trabalhar essa simplicidade sem levar-se a sério, a experiência torna-se agradável. E é isso que ocorre aqui. Os personagens estão constantemente fazendo piadas sobre seus clichês e suas facilitações narrativas, o que faz com que os mesmos sejam mais facilmente digeridos. De certa forma, o filme funciona como ação, comédia e, em certos momentos, consegue criar situações dramáticas plausíveis. Porém, uma fórmula utilizada em demasia torna-se, em algum momento, cansativa. Ainda não é o caso aqui, felizmente.

Tudo que diz respeito ao contexto fotográfico é, positivamente, mais ousado do que o que foi apresentado no primeiro. A violência é utilizada de forma mais inteligente e, graficamente, consegue criar mais situações cômicas. Há mais trabalho em relação às locações, ao trabalho da cinematografia nos ambientes externos, à criação dos cenários e à utilização dos espaços. Uma nota para a cena de abertura, feita em forma de paródia, que é inteligente, inesperada e hilária, um ótimo trabalho visual. Em relação ao CGI, infelizmente, algumas cenas e personagens criados unicamente por meio de computação são um pouco superficiais demais, ainda que os trabalhos de maquiagem tenham sido excepcionais para a criação do Cable (Thanos Brolin).

Alguns sucessos dos anos 70 e 80 juntam-se a batidas atuais para compor a tracklist, assim como no primeiro filme. O protagonismo musical aqui não é, assim como em filmes como Guardiões da Galáxia (2014), dos instrumentais. Apesar de filmes de super-heróis terem um pouco mais de significação quando possuem trilhas sonoras características, Deadpool 2 utiliza bem de sua tracklist para a comédia e a ação.

Deadpool 2 acerta por conta do talento de seu protagonista e pela esperteza em não levar-se a sério. Porém, utiliza de uma fórmula demasiadamente similar a seu antecessor e falha em desenvolver seus personagens e sua história. Ainda assim, é um filme divertido, engraçado e vale o ingresso.

Confira o trailer:

 

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Sétima Cabine

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