“Drácula: A Última Viagem do Demeter” é um filme que se baseia em um capítulo pouco explorado do livro de Bram Stoker, centrando-se na viagem do navio que transporta Drácula para a Inglaterra. Embora a ideia de focar na jornada do barco seja uma tentativa de evitar a previsibilidade, o roteiro não consegue ir além desse conceito. A trama ocorre principalmente no navio Demeter, criando um ambiente claustrofóbico para a ação. O diretor André Ovredal consegue construir tensão e utilizar a direção de arte de forma eficaz, porém a caracterização do próprio Drácula deixa a desejar.
O filme explora momentos de tensão ao acompanhar a angústia dos tripulantes do navio em alto mar, enfrentando uma série de mortes enquanto estão isolados. A direção de Ovredal acerta ao alternar entre planos abertos que retratam o mar e closes nos personagens para transmitir seu desespero. As atuações de Liam Cunningham e Corey Hawkins se destacam, mas a caracterização de Drácula é o ponto fraco, já que não consegue capturar a presença marcante que o personagem requer.
Apesar de possuir aspectos positivos, “A Última Viagem do Demeter” não consegue criar uma representação memorável do icônico Drácula. Como resultado, o filme se mostra interessante para assistir casualmente, porém não alcança o status de uma interpretação marcante e duradoura da história do vampiro