CRÍTICA – KONG: ILHA DA CAVEIRA

Com quase 100 anos de idade, a história do gorila gigante Kong é uma das mais conhecidas em todo cinema, atuando tanto como um clássico da cinematografia, quanto como um elemento da cultura contemporânea. Em 2017, vem a proposta de criar um reboot da história clássica, tentando se distanciar das refilmagens e adaptações que já ocorreram desde 1933 (ano de lançamento do filme original). O resultado é satisfatório: Kong: Ilha da Caveira trata de uma história já habitual sem precisar se apoiar em seu material de origem.

A história se passa na década de 1970 e une um grupo de soldados americanos voltando da Guerra do Vietnã, uma jornalista, um mercenário e um grupo de pesquisadores em uma viagem à Ilha da Caveira. Ao chegar lá, todo o comboio é atacado pelo que parece ser o rei da ilha, um gorila gigante que a protege de perigos de dentro e de fora do seu território. Os sobreviventes, enquanto tentam escapar, acabam encontrando mais criaturas perigosas e descobrindo segredos sobre os seres que vivem naquele lugar.
O elenco principal é composto por Brie Larson, Tom Hiddleston, John Goodman e Samuel L. Jackson.

Um espetáculo visual!
Uma das melhores fotografias do ano, e isso contando que ainda é Março!
Todos os aspectos visuais do filme funcionam para criar uma experiência de ação, suspense e tensão incrível. As cores, o visual das selvas, os usos de diferentes paletas para acentuar momentos de pura eletricidade, tudo funciona muito bem, é uma direção de arte excepcional que deixa absolutamente nada a desejar.
Há também um excelente trabalho de movimentação de câmera. O ambiente é selvagem e todas as tomadas aéreas trabalham para dar magnitude ao quão perigoso é o território em que o grupo está. Da mesma forma ocorre quando há a mostra dos pontos de vista humanos em encontro com a face gigantesca e monstruosa das criaturas que vivem na ilha. Some isso a incríveis efeitos visuais, uma trilha sonora bem desenvolvida e um movimento constante de cena muito bem coreografado e você tem na tela um resultado impressionante.
O único ponto negativo é nos efeitos visuais e trata do excesso no uso da câmera lenta nos momentos de ação. No início até que o recurso é bem utilizado, mas depois começa a parecer uma espécie de característica visual do filme, e isso acaba incomodando.

Infelizmente, o esmero dado ao visual não foi o mesmo dado ao roteiro, que, apesar de não copiar vergonhosamente a história original – como muitos reboots atuais fazem -, parece ter sido construído com uma certa desatenção.
O primeiro ato se define bem animado, é um filme de ação e aventura que não apela para uma seriedade desnecessária. Com o desenvolver do segundo ato e com a iminência do confronto decisivo no terceiro, o tom varia para uma atmosfera conflituosa, mas sem se deixar perder nos aspectos definidos desde o início do longa.
O problema que atinge praticamente toda a produção é a qualidade dos diálogos e atuações. O elenco pode ser formado por estrelas, vencedores e indicados ao Oscar, mas o material que essas estrelas têm para desenvolver é raso demais. Os diálogos são clichês, óbvios, há personagens que estão no filme apenas para darem “pitacos” em seu tempo todo de cena, há tentativas de fazer humor que não funcionam muito bem – exceção para apenas um personagem que é utilizado apenas como alívio cômico da história, esse até funciona – e passagens de texto quase vergonhosas. Há mais graça em ver as criaturas gigantes lutando do que ver os diálogos nesse filme.
A história se inicia e desde já cria algo muito positivo em relação a Kong: sua presença é feita para ser temida e não esperada, pois ele já é apresentado nos primeiros minutos de tela, em vez apenas se mostrar completamente quando a história já começou a ser contada. É como se o espectador não precisasse se sentir curioso sobre quando o gorila vai aparecer, ele está lá desde o início, sem suspense desnecessário sobre o que ele é ou como ele é.

Kong: Ilha da Caveira é espetacularmente bem construído visualmente e mesmo que consiga alcançar certa originalidade, entrega um roteiro preguiçoso e atuações, muitas vezes, sem graça.

Confira o trailer:

 

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Sétima Cabine

Writer & Blogger

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