CRÍTICA: LALA LAND – CANTANDO ESTAÇÕES
Por: Emília Lima
Após comandar com maestria Whiplash – em Busca da Perfeição, o diretor Damien Chazelle volta a presentear os amantes da sétima arte com a obra prima La La Land – Cantando Estações. Aposta arriscada, porém muito bem executada. Logo nos minutos iniciais o público é arrebatado com um extenso plano sequencia, em plena rodovia de Los Angeles, dando a oportunidade à produção mostrar a que veio. Na cena em questão, somos apresentados aos personagens principais. Mia (Emma Stone) uma barista, aspirante à atriz que persegue o sonho de obter sucesso na Meca da indústria audiovisual. Sebastian (Ryan Gosling) é um pianista, sem emprego fixo, apaixonado por Jazz, que pretende abrir seu próprio estabelecimento, impedindo a “morte” do gênero musical.
Com 14 indicações ao Oscar, incluindo melhor filme e melhor diretor, e inserido numa indústria quase dominada pelos efeitos visuais, La La Land vem para esquentar os corações mais tradicionais. Gênero pouco explorado pela indústria, e amada por um grupo seleto de cinéfilos, este filme foge dos musicais mais “temidos” pelo público pouco afetuoso, mais chamado de musical integral, onde todos os diálogos são cantados desde o primeiro até o último segundo de projeção. Tédio para uns, deleite para outros.
Um amante de musicais, assim como eu, sairá da sala sem palavras. A produção, em todos os seus âmbitos, é um presente aos cineastas, cinéfilos e estudiosos da arte cinematográfica. La La Land cativa o olhar atiçando os sentidos por suas cores muito presentes, texturas e melodias no decorrer de todos seus 129 minutos.
O filme nos deixa claro que os personagens principais virão a ser um casal, é evidente, afinal é um musical, e a princípio a vida é perfeita, apesar de seus problemas. Porém as personalidades são bem definidas, portanto os sonhos e ambições de ambos não se perdem junto com o filme. Aliás, nada se perde. Aos mais atentos, perceberão diversas homenagens e referências cinematográficas ao longo da projeção, afinal, o filme se passa em Los Angeles. A fotografia e figurino mesclam os anos 50/60 com os tempos tecnológico que vivemos, tornando La La Land um deleite para os olhos com suas imagens e longos planos sequência.
Com o roteiro bem construído, o expectador é capaz de acompanhar a história do encontro e vivência do casal de forma íntima, torcendo e sofrendo junto com eles ao longo de sua exibição. A vida não é um mar de rosas, porém, não chega a ser impossível ou massacrante quanto, às vezes parece, e esta é a sensação que o filme passa. Uma vida de altos e baixos, sonhos, conquistas e frustrações em que escolhas devem ser feitas em prol do crescimento pessoal, bem como sofrer, aprender com as consequências e não desistir dos seus objetivos. A produção é uma belíssima experiência, merecedora de prêmios e indicações.