A Lei da Noite é um filme ambicioso. Conta uma história de gangsters em um longo intervalo de tempo, em diferentes espaços dos estados unidos. Já seria ambicioso apenas pela história, mas somado ao roteiro escolhido temos a ambição de um ator/produtor/diretor/roteirista. Esse nível de controle autoral funciona bem em filmes menores, tanto em orçamento quanto em escopo dramático, Lei da Noite demanda mais grandiosidade que Affleck consegue dar — como ator. Sua excelência na direção, controlando a camera e as ações que se desenrolam em nossa frente, continua sendo evidente. Mas sua incapacidade de ver a inaptidão do ator no papel principal para o filme fere a obra.
A Lei da Noite tem grandes momentos de outros atores: Elle Fanning sendo a que mais se destaca — mesmo tendo tão pouco tempo de tela. Zoe Saldana mostra mais habilidade dramática do que seus outros projetos mais famosos permitem que ela mostre, mas também é relegada a um papel menor e que some na tela. Muitas sensações de momentos e talentos desperdiçados. Affleck, do seu lado, entrega uma atuação pouco marcante, e não entrega um personagem com o brilho que um drama de gangsters demanda.
A história intriga, os obstáculos não são os óbvios, os personagens são profundos e interessantes. Apenas fica a sensação que havia muito mais a ser explorado ali, que foi perdido. Talvez o problema seja o escopo do filme, grande demais. Ou talvez uma atuação e um corte mais cuidadoso do filme tivesse tido um resultado melhor. Depois de Argo, é dificil não esperar mais de um filme de Affleck. Infelizmente ele não entregou.