O filme dirigido por Martin Scorsese, conta uma história sobre a busca por petróleo em terras da Nação Osage no começo do século 20 e os assassinatos do povo Osage que até então nunca foram investigados. No filme, vemos como o povo Osage foi morto para roubar ações de petróleo da terra Osage. Embora o filme tenha partes muito boas, como a direção de Scorsese e as atuações, seu foco exclusivo nos personagens brancos é questionável. A escolha de colocar a audiência no lugar dos assassinos é forte, mas rouba dos Osage um lugar de maior destaque para além de meras vítimas. A complexidade do personagem de DiCaprio arrisca nos fazer entender que existe um vilão maior no personagem do tio, numa absolvição de culpa indigna pra alguém que efetivamente matou pessoas que eram parte de sua família estendida.
Há uma série de atores indígenas, mas nenhum deles tem muito tempo na tela além de Lilly Gladstone. A decisão de seguir o ponto de vista dos personagens brancos direta ou indiretamente responsáveis pelos vários crimes rouba do povo Osage a oportunidade de protagonismo na história para além do papel de vítima, e também nos priva de observar o trabalho do outro personagens branco da história, o agente do FBI responsável por investigar os crimes, que poderia ser uma narrativa mais interessante.
O filme não deixa de ser impressionante, se as vezes cansativo. Supera a marca de 3 horas e as vezes parece se perder em pontos não relevantes pra história.