Apesar de se vender como a primeira comédia romântica gay e não ser, é talvez a primeira comédia romântica gay que entra no grande circuito e não fica restrita as poucas salas de cinema alternativas. Mais Que Amigos segue a fórmula da comédia romântica muito bem – ao ponto de passar perigosamente perto de se tornar um grande esteriótipo gay, mas é surpreendentemente honesto e real em alguns momentos e, o mais importante, faz rir.
Billy Eichner escreve e interpreta o papel principal, com uma performance que surpreende. Embora esteja a maior parte do tempo bem dentro de sua zona de conforto na comédia, Eichner entrega falas tocantes e sinceras em certos momentos, e faz o filme valer mais do que apenas as risadas. O elenco diverso fica de fundo, com pouco aproveitamento – mas alguns dos momentos mais engraçados do filme cabem a eles. A frente está o casal de “bros”que aqui a gente chamaria de “padrãozinho”.
O filme definitivamente passa uma ideia do que é estar solteiro aos 40 anos enquanto homem gay, sem se entregar completamente o romance ideal mas retirando o protagonista do niilismo amoroso onde ele se encontra no começo do filme. Não é nada revolucionário ou novo, mas é uma comédia romântica refrescante e divertida.