20 anos após uma estreia que inquestionavelmente mudou toda a indústria, um quarto filme da franquia iniciada pelas irmãs Wachowskis entra no circuito de blockbusters que, se pode argumentar, só existe assim graças a Matrix. Mas a força da nostalgia da franquia basta para fazer frente a máquina de marketing da Disney/Marvel com quem competem diretamente?
Em termos de meta-narrativa, Matrix entrega muito mais do que os primeiros (que já tinham fama de serem muito “filosóficos” para filmes de ação). Mas como o próprio filme repete mais de uma vez: todos querem ver Lana Wachowski reinventar o bullet time. E ela não entrega. E essa recusa em entregar isso, e em sobrecarregar o primeiro ato com meta-narrativa, seja a rebeldia que cabe a ela neste momento da indústria.
O mundo de matrix parece honestamente mais interessante nesta nova iteração da franquia reinventada. Mas o impacto de ver aquelas grandiosas cenas de ação pela primeira vez não se repete. Não em um mundo que entrega um multiverso de filmes de quadrinhos. Mas é uma franquia que pensa mais sobre si mesma, mais crítica e com mais coragem de se expor.
Ainda são sequências dignas de serem vistas numa tela grande, de qualquer forma.