Do mesmo diretor do primeiro filme, o candidato honesto 2 chega aos cinemas com certa expectativa vinda do público. Entretanto, o filme comete grande parte dos erros do primeiro e aposta nas mesmas vantagens, mas dessa vez, o resultado cômico foi menos desastroso. A trama se desenrola focada na volta de João Ernesto, ex-candidato à presidência que foi preso por inúmeros crimes, ao mundo da política. A partir dai uma série de referências são construídas durante o filme com relações ao atual cenário político do Brasil.
O roteiro não se faz muito original e nem arriscado, como no primeiro filme. O que causa certo incomodo são as constantes piadas que não funcionam e que chegam a causar constrangimento. Piadas sexistas, bobas e sem lógica mostram o desespero do roteiro para fazer humor de baixíssima qualidade. O filme se estende entre esses altos e baixos que, quando caem de um certo padrão, não conseguem se recuperar bem.
O trunfo do filme, como no primeiro, foi se utilizar das referências políticas do país. Mas dessa vez, com certa criatividade. Como por exemplo, a inserção de certo personagem, Ivan Pires, alusão a um personagem político muito conhecido e que teve uma ótima ambientação e interpretação. Como também a constante aparição de diálogos confusos de uma certa presidenta, com um bom impacto cômico.
Com relação aos outros aspectos do filme como montagem, fotografia e som não se pode destacar grandes feitos. A verdade é que certas ambientações foram construídas de formas mais realistas e outras nem tanto, o que mostrava claramente que o filme não conseguia estabelecer se carregava um pouco de seriedade ou era completamente bobalhão. Isso atrapalhou muito na imersão da história, junto com a irritante trilha sonora que pecava pelo exagero em momentos completamente desnecessários.
Mais uma vez uma produção brasileira decepcionando com relação a qualidade e esmagando as esperanças do público de ver um bom filme nacional de comédia com piadas inteligentes e realmente divertidas. Entretanto, recomendo que assistam para que todos tirem suas conclusões e avaliem o tipo de conteúdo que ainda é produzido para o país.