O mais recente lançamento argentino, “O Mal que Nos Habita,” traz consigo uma série de cenas chocantes, mas infelizmente, nada além disso. A premissa inicial do filme até instiga, apresentando um mundo que desperta certa curiosidade, mas o roteiro opta por não explorar devidamente os elementos intrigantes desse cenário. Em vez disso, concentra-se exclusivamente em fornecer sequências intensas de violência, incluindo momentos impactantes que envolvem crianças, sem desviar o olhar da câmera por um instante sequer. Isso não é uma reclamação, o problema é que isso acaba sendo praticamente a única qualidade positiva do filme.
A atuação, caracterizada por expressões exageradas, onde todas as emoções parecem ser traduzidas em gritos, para a nossa “sorte”, os dubladores mantêm o mesmo padrão de atuação fraca presente no original. Além disso, “O Mal que Nos Habita” parece ignorar completamente suas próprias regras estabelecidas para a possessão, parece mais empenhados em despejar cenas chocantes na tela em ritmo acelerado do que em transmitir efetivamente o terror da situação em que seus protagonistas se encontram.
Embora as cenas de violência se destaquem pela execução impressionante, oferecendo um espetáculo para os amantes do gênero, o filme acaba ficando limitado ao não entregar muito além disso. A brutalidade visual pode satisfazer os apreciadores mais ávidos do horror, mas a falta de desenvolvimento narrativo acaba prejudicando o potencial do filme em oferecer uma experiência cinematográfica mais rica e equilibrada.