Chega aos cinemas brasileiros, no dia 13 de setembro, o mais novo filme da franquia ‘Predador’, iniciada em 1987. “O Predador” tem como proposta não ser uma continuação direta, ainda que se passe no mesmo universo do filme original. Dirigido por Shane Black (de Homem de Ferro 3), o longa conta com Boyd Holbrook (Logan, Narcos), Trevante Rhodes (Moonlight), Jacob Tremblay (Extraordinário, O Quarto de Jack), Olivia Munn (X-Men: Apocalipse) e Sterling K. Brown (Pantera Negra).
Durante uma missão do exército, o sniper Quinn (Holbrook) faz contato com a nave de um Predador que caiu na Terra e consegue fugir com partes do equipamento do alienígena. Antes de ser encontrado pelo governo, Quinn manda esses equipamentos por correio para sua família esconder, porém, quando seu filho Rory (Tremblay) os ativa acidentalmente, outra nave de Predadores recebe o sinal e parte em direção à Terra.
O primeiro ato de O Predador demora um pouco para juntar as engrenagens da trama e deixá-la interessante, apresentando um drama excessivo que não funciona e que, infelizmente, se estende pelo resto do filme. Porém, à parte desses momentos, há um longa até divertido que mostra-se funcional exatamente nos momentos em que não se leva a sério.
Fica claro o pouco trabalho na construção de diálogos e no desenvolvimento dos personagens, mas o fato deles utilizarem todo o seu aspecto caricato para poder construir humor faz com que essas personalidades óbvias tornem-se o ponto principal de divertimento do filme. A ficção científica é, junto ao drama, o ponto mais raso da narrativa, com uma construção clichê de ameaça que, no fim das contas, não apresenta paradigmas inovadores ao gênero.
As atuações funcionam até onde podem, dado o teor do material disponível aos atores, sendo exposto em tela mais carisma do que realmente boas atuações. Os personagens de Boyd Holbrook, Sterling K. Brown e Trevante Rhodes criam situações engraçadas explorando a simplicidade de seus personagens, num estilo brutamontes que pode ser visto no filme original de 1987 nas atuações de Arnold Schwarzenegger e Carl Weathers.
A cinematografia de O Predador é excessivamente escura, fazendo com que o 3D seja imperceptível e que os defeitos no CGI sejam menos aparentes. As cenas de ação não têm muito trabalho criativo e apresentam-se de forma bem comum, com efeitos práticos pouco trabalhados e muito uso de cabos de suspensão. Em relação à maquiagem e ao figurino, tudo o que envolve o Predador é bem construído quando não há CGI sendo utilizado.
Com um drama mal construído, um terror quase inexistente e uma ficção sem muita graça, O Predador apenas acerta em não levar-se a sério como um filme que poderia ter investido em uma boa construção nestes três gêneros citados.
Confira o trailer: