Spielberg tem falando amplamente sobre o quão pessoal este filme é, o quão íntimo ele é. Tematicamente, de fato é fácil entender isto. Acompanhamos o jovem Sammy enquanto ele observa o fim do casamento de seus pais e dá seus primeiros passos formativos no cinema – que o pai insiste a ver como hobby mas Sam quer trabalhar com isto. A história é fictícia mas baseada nas próprias experiências de Spielberg.
A questão é que até em filmes abertamente biográficos, sem uma camada de ficção declarada, a realidade tende a receber o “tratamento hollywoodiano”. Os Fabelmans recebem o tratamento “Spielbergiano”, é inegavelmente um filme de Spielberg, com o prodígio numa família típica amadurecendo através das aventuras narradas. É formulaico, embora seja a fórmula super característica do autor e base do protagonista. As atuações são excelentes, comoventes. Mas os movimentos são todos os esperados, todos previsíveis. É um passeio por um jardim que a gente visita frequentemente. Um programa divertido e familiar. Nada de novo. Talvez para o criador se colocar tanto dentro da obra tenha sido desafiador mas para nós o desafio não está presente, estamos vendo o de sempre, como sempre.
A visita é um bom passeio de qualquer forma, e uma digna comemoração do cinema para se acompanhar com pipoca.