Paixão Obsessiva, novo filme de Denise Di Novi — que geralmente costuma assinar filmes com crédito de produtora, poderia estar passando em capítulos no canal SBT, talvez tivesse resultados melhores. Talvez. Conta com nomes não muito fortes, mas proeminentes e talentosos, mas entrega atuações óbvias e sem muita profundidade — mas partindo de um texto obvio e raso é difícil salvar.
A maior sensação ao fim do filme é que Rosario Dawson merecia algo melhor. Ela consegue carregar nas costas seriados que estão dando errado quando ela aparece, mas essa incursão na grande tela foi demais para ela salvar. Ela interpreta Julia Banks, uma sobrevivente de violência domestica que casa com o ex-marido de Tessa Connover , interpretada sem grande brilho por Katherine Heigl e grande antagonista do drama.
O roteiro não tem qualquer surpresa, o filme começa anunciando num interrogatório policial tudo que vai acontecer, e aí assistimos lentamente em flashback uma versão prolongada e novelesca do que se passou. Depois que o flashback finalmente alcança a abertura do filme, seguimos para um desfecho inacreditavelmente ruim, daqueles que a televisa teria vergonha de mostrar.
Existem méritos perdidos no meio desta bagunça, mas é difícil isola-los do resto. Embora a trama gire em torno de um homem, as duas mulheres são personagens fortes e é a partir delas que as histórias giram, e não dele. As duas são esteriótipos femininos em uma situação estereotípica feminina, estarem mais ao controle de suas ações talvez não baste, e de qualquer forma a trama é tão marcadamente super dramática e bate em tantos clichês que escapar um pouco destes é bem insuficiente.