Novo filme da diretora de “Ó Pai, ó”, Monique Gardenberg, constrói um melodrama regado a clássicos do brega interpretados por Seu Jorge, Erasmo Carlos e Jaloo. Contando a história dos amores da família que é proprietária e trabalha no clube Paraíso Perdido. Carregado de momentos de melodrama com vinganças e relações familiares que são reveladas ao longo da história, o filme traz relações de gênero e sexualidade geralmente pouco trabalhadas no melodrama. Apresenta um triângulo amoroso que se resolve em uma relação não monogâmica, duas relações homoafetivas em diferentes momentos de auto aceitação, sem deixar de ter o clássico amor que as tragédias da vida separou mas que nos faz torcer que voltem.
Jaloo interpreta o neto drag queen do personagem de Erasmo Carlos, Hermila Guedes interpreta a mãe do drag queen que está presa por matar um amante abusivo e pai do menino. O elenco é muito bem escolhido e a trilha sonora é de longe o ponto mais alto do filme. Infelizmente o roteiro se perde um pouco. Traz temas pouco comuns ao melodrama padrão mas falha em inovar em outros aspectos, acaba repetindo clichês de forma muito automática. A ambientação exótica que constrói não basta para dar a sensação de algo novo e fresco quando a trama percorre os mesmos pontos batidos de sempre.
Ao fim, fica uma sensação de desapontamento, um projeto bom com uma idéia boa que poderia ser mais forte com um roteiro mais cuidadoso. Mas vale o ingresso para ver Seu Jorge, Erasmo Carlos e Jaloo cantando fabulosamente na tela.