Renfield tem sua maior força em Nicolas Cage, mas ao invés de apostar nisto, gastos tempo demais em cenas sem Cage. O filme é uma comédia de ação com um toque de horror que se resume a essencialmente ao Drácula e, bem, o sangue. Com uma estética neon e plástica um tanto vaporwave, o filme capricha no sangue tarantiniano, que esguicha em quantidades obscenas no momento do corte mas vira apenas uma leve mancha na maquiagem a seguir. É um estranho casamento entre uma estética “gore” e “camp”. Sangrando porém limpa e plástica.
Assim como parece querer ter tanto o sangue e os desmembramentos do “gore” e a estética plástica e limpa do camp, o filme também parece querer ter o melhor de Nic Cage, que se diverte muito no papel, com um humor de programa de sketches americanos encarnado em Awkwafina. Uma excelente comediante que ‘é muito melhor aproveitada em outros filmes do que aqui. O humor as vezes forçado dificulta o envolvimento do público com a trama, que já não era particularmente original.
No geral, “Renfield” é um filme que poderia ter sido mais marcante, mas cada um dos minutos que Cage está em cena fazem você esquecer o resto. De todos os pecados do filme, o único imperdoável é não ter tido mais Nicolas Cage.