CRÍTICA – SONIC O FILME

Sonic é uma das franquias de videogame mais conhecidas do mundo, e seu vilão,Dr. Robotinik um dos vilões de videogame mais reconhecidos pelo público. A Sega, empresa que criou o Sonic para substituir seu mascote anterior e competir com sua principal concorrente, tenta fazer um filme do Sonic faz um bom tempo. Hoje, finalmente, um filme chega nos cinemas do mundo inteiro e Jim Carey encarna o famoso vilão.

É difícil definir parâmetros sobre esta ser uma boa adaptação. Os primeiros jogos do Sonic, quando trazidos para o ocidente, ignoraram basicamente toda história original. A filial americana criou uma “bíblia” própria do personagem e o próprio vilão sempre foi chamado de Dr. Robotinik no ocidente, mas originalmente é sempre referenciado como Eggman – o nome completo é Ivo Robotnik, mas em vários jogos o próprio Eggman usa o apelido falando sobre si, e suas máquinas. Nos estados unidos Sonic quebrou o recorde de série em quadrinhos baseada em videogame mais longa da história das publicações de quadrinhos. Mas os quadrinhos tinham uma história própria, não tão próxima dos jogos – já o mangá japonês era muito mais próximo dos jogos, mas da história original e sem qualquer referência às versões americanas. As animações de Sonic também tinham cada uma sua própria continuidade – e durante uma época duas séries diferentes com continuidades diferentes iam ao ar ao mesmo tempo. Qual das infinitas versões de Sonic é a “verdadeira” que o filme deveria adaptar?

O filme escolhe simplesmente fazer sua própria versão da história, com todos os elementos básicos que identificam o herói e seu antagonista, mas sem se preocupar em adaptar nenhuma das milhares de histórias já criadas com o personagem. E embora a premissa seja bem genérica, isso acaba abrindo espaço para um Robotinik onde Jim Carey pode ficar a vontade para fazer aquilo que o trouxe a fama em primeiro lugar: sua atuação enérgica e cheia de caretas. Essa é a principal função do filme: dar um espaço para Jim Carey fazer o que sabe fazer. O resto da história é secundário. 

No final o filme cumpre seu objetivo de trazer de volta a atenção do público uma franquia dos anos 90 – trazendo junto outra grande marca dos anos 90, o humor caricato e bobo de Carey. Vai ser bom para os pais lembrarem da própria infância e é divertido o suficiente para entreter os filhos junto.

 

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Vicente Marinho

Writer & Blogger

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