CRÍTICA – STEVE JOBS (2015)

Steve Jobs (1955 – 2011) foi o co-fundador e CEO da Apple, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Apesar de um sonhador que fantasiava com a mente fechada, Steve foi um dos maiores exemplos de mente visionária já vistos na história. Steve Jobs vem com a missão de adaptar não só a personalidade – louca – do empresário, mas também a forma como as ideias se desenvolveram durante seus anos no ramo, entre vitórias e derrotas.

O longa conta com a direção do vencedor do Oscar Danny Boyle e roteiro do vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado Aaron Sorkin. O elenco conta com Michael Fassbender (X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido e 12 Anos de Escravidão) como Jobs; Kate Winslet (Titanic e A Série Divergente) como Joanna Hoffman; Seth Rogen (Vizinhos e A Entrevista) como Steve Wozniak e Jeff Daniels (Debi e Lóide e Looper: Assassinos do Futuro) como John Sculley.
A história é dividida em três épocas. No início, é mostrado o lançamento do computador Macintosh, a aposta de Jobs para alavancar ações e vendas da Apple. Na segunda parte, após uma passagem explicando a expulsão de Jobs como CEO da Apple pelo fracasso de vendas do Macintosh, mostra o lançamento de seu novo projeto em sua nova empresa de computação, que se mostra outra falha de vendas, mas trás a presidência da Apple de volta às mãos do empresário por questões econômicas entre as duas empresas. E, por fim, a terceira parte mostra a época do lançamento do iMac, o projeto revolucionário de Jobs, que tem motivos para acreditar no sucesso de vendas nessa nova tentativa de mudar o ramo tecnológico.

A ideia de se dividir o roteiro em três épocas diferentes parece, a princípio, arriscada, devido a quantidade de histórias e fases importantes da vida do criador. Porém, Aaron Sorkin, em sua segunda passagem por biografias de gênios da tecnologia (veja A Rede Social, de 2009), administra muito bem o roteiro. Cada fase e diálogo se combina com uma evolução nas características principais dos personagens e na quantidade de embates entre eles, com flashbacks muito bem construídos e menções/referências ao futuro das ideias de Steve.
São notáveis as características de direção de Danny Boyle, com cenas com poucos cortes, movimentos de câmera e ângulos de captura situados em cantos chave de salas – exemplos disso são “Quem Quer Ser um Milionário?” e “Extermínio” -, pegando sempre o máximo das atuações e caracterizações de cada um. E em questão de atuações, os três personagens principais estão incríveis em seus papéis. Fassbender supera-se em uma construção brilhante da personalidade difícil e fechada de Jobs; Winslet interpreta o braço direito necessário e amigo de Jobs durante todo o tempo com maestria, mostrando-se provavelmente a mais experiente do elenco e Rogen surpreende ao mostrar que não só é bom em papéis cômicos pastelões, sua qualidade no drama que o personagem necessitava ficou evidente, principalmente, nas cenas de discussões com o personagem principal.

sdwsdaAs caracterizações dos personagens são muito bem produzidas e apesar de se passarem em duas décadas diferentes, o rumos de moda e cultura mudaram muito entre os três anos abordados (1984; 1988 e 1998), sendo assim perceptível a mudança de construção de figurino entre os tempos. A maquiagem, mesmo não sendo o ponto mais notável das caracterizações, é muito bem elaborada, de forma a passar a sensação de que quinze anos realmente foram vividos por Michael Fassbender no papel.
A trilha sonora – um dos melhores pontos do filme – muda durante as três passagens, mas tem as mesmas características que dão a impressão de movimento e agitação, essas características podem ser vistas mescladas entre os filmes de Boyle, o roteiro construído por Sorkin e a personalidade de Steve. E, aliada ao aspecto sonoro e ao roteiro, a edição ajuda muito a deixar a passagem das fases mais confortável para entender e digerir. Em resumo, todos os fatores que envolvem a passagem das épocas foram incrivelmente bem construídos, assim o espectador sempre se sente adequado com o que se passa e como se passa.

Um dos melhores filmes de 2015 e estreando em janeiro nos cinemas do Brasil, Steve Jobs é uma adaptação digna que cumpre a missão a que veio.
Jobs foi um ícone genial e memorável para os séculos XX e XXI, nada mais justo que uma biografia com os mesmos adjetivos para marcar sua importância para a história da humanidade e da tecnologia.

Confira o trailer:

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Sétima Cabine

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1 Comment

  • Igor Autran

    Ótima crítica! Parabéns!!

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