CRÍTICA – UM LUGAR SILENCIOSO

Em meio a um ambiente pós apocalíptico e de extremo abandono temos o cenário perfeito para o thriller de suspense Um Lugar Silencioso dos estúdios Paramount. Filme de John Krasinski, que também encabeça o elenco juntamente com sua esposa, Emily Blunt. O medo e a premissa de se assustar com as situações que surgem na trama não são as únicas coisas a se preocupar. Também temos que estar preparados para a aflição que nos acomete no decorrer de tomadas que prendem a atenção.

A trama gira em torno de uma família formada por de Evelyn (Emily Blunt, de “A Garota no Trem”), Lee (John Krasinski, da série “The Office” ) e seus três filhos em um mundo pós-apocalíptico. Eles vivem em uma fazenda abandonada nos Estados Unidos, e são perseguidos por uma entidade fantasmagórica assustadora. Para se protegerem, eles devem permanecer em silêncio absoluto, a qualquer custo, pois o perigo é ativado pela percepção do som.

Lugar

Um Lugar Silencioso é um exemplo de como atingir a excelência dentro de um gênero, sem criar fórmulas mirabolantes. Simplicidade é a palavra de honra na produção, pois o diretor consegue brilhantemente desenvolver uma história, em aproximadamente uma hora e meia e nos deixar extasiados com a continuidade dos acontecimentos. Apesar de a beleza maior da obra estar na simplicidade, isso nem de longe significar pobreza, tanto narrativa quanto técnica, uma vez que a execução é realizada de forma muito esperta.

Percebemos que não há uma tentativa de ser mais do que um filme de terror, no contexto explicado acima. Ao mesmo tempo, é desta despretensão que o roteiro tira seus momentos mais intensos, seja na perda de uma pessoa importante, na falta de um contato mais íntimo, ou ainda no que as pessoas precisam abrir mão para seguir em frente. Para sobreviver, você precisa sacrificar a vida como você sempre a conheceu.

A falta de grandes diálogos “falados” dão espaço para a abordagem da linguagem de sinais, o que deixa a atmosfera ainda mais tensa. A medida que percebemos  o quanto os personagens tem que driblar situações conflitantes do dia a dia para poderem sobreviver, notamos que eles acabam se adaptando a essa realidade e nos provocando um a empatia a cada segundo.

Outro benefício da simplicidade do longa é evidenciado na agilidade, tanto do roteiro quanto da direção. No primeiro caso, é particularmente agradável observar como o filme não só evita criar contextos desnecessários, mas se preocupa em espalhar informações que complementam a história. São recortes de jornais cujas manchetes falam o que é necessário (sem nunca deixar claro se isso tem alguma relação direta com o que está acontecendo, apenas sugerindo). Ou na casa da família, onde um quadro nos avisa o que precisamos saber sobre as criaturas.

Ainda em relação à direção, Krasinski nos mostra ser um dos poucos diretores que sabem como comandar um filme de terror, na atualidade. As tomadas iniciais já nos mostram uma história fluída e ao mesmo tempo dura e direta. Percebemos estratégias de utilização das câmeras onde nos vemos procurando maneira de enxergar melhor o que está acontecendo e nos causando certa aflição. Todos os acontecimentos tem um por quê de estarem ali dando uma coesão à produção.

Como se todos esses detalhes não bastassem, os efeitos sonoros e a apropriação de momentos de total silêncio causam nos espectadores um genuíno sentimento de suspense. Num mundo onde não é possível emitir qualquer tipo de ruído, o som torna-se um privilégio perdido, onde qualquer barulho, por mais simples que seja, tem impactos imensos o tempo inteiro. Fazendo com que a atenção seja redobrada para esses momentos sonoros, ou seja, precisaremos mais que visão e audição para poder perceber as profundidades dos acontecimentos.

Um Lugar Silencioso é uma verdadeira obra atual do cinema. Trata-se de um terror que extrapola o próprio gênero, criando situações dramáticas incríveis e sequências de tensão absolutamente angustiantes. Não é previsível e oferece soluções plausíveis e inteligentes para o contexto apresentado. Um filme que exige uma experiência de envolvimento com o público para que o medo possa ser tão sentido quanto visto. Por isso, não se surpreenda se você se pegar falando o mínimo para não fazer barulho, igual aos atores em cena.

O filme tem sua estreia para o dia 5 de abril de 2018 e você pode conferir ao trailer abaixo:

 

Share Article:

Sétima Cabine

Writer & Blogger

Considered an invitation do introduced sufficient understood instrument it. Of decisively friendship in as collecting at. No affixed be husband ye females brother garrets proceed. Least child who seven happy yet balls young. Discovery sweetness principle discourse shameless bed one excellent. Sentiments of surrounded friendship dispatched connection is he. Me or produce besides hastily up as pleased. 

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

You May Also Like:

Edit Template

Trending Posts

Hot News

About

Appetite no humoured returned informed. Possession so comparison inquietude he he conviction no decisively.

Tags

Recent Post

  • All Post
  • Beauty
  • Cinema
  • Colunas
  • English Text
  • Games
  • Lifestyle
  • Livros
  • Photography
  • Sem Categoria
  • Séries
  • Travel
    •   Back
    • Notícias
    • Análises
    • Listas
    •   Back
    • Críticas
    • Notícias
    • Listas
    •   Back
    • Entrevistas
    • Social
    • Especial Dublês
    • Premiações
    •   Back
    • Resenhas
    • Notícias
    • Listas

© 2023 Created with Royal Elementor Addons