Tendo 4 filmes e uma série de TV na franquia iniciada por um pequeno filme de baixo orçamento em 2013, Uma Noite de Crime retorna com A Fronteira, um quinto filme que explora um novo aspecto deste mundo distópico: uma desobediência civil inesperada na forma de um grupo de pessoas que se recusa a manter o caos da noite de crime mantida a uma única noite. Uma revolução, por assim dizer, mas dos próprios apoiadores da Noite do Crime.
Depois de assistir uma turba incandescida invadindo o congresso americano gritando cânticos de morte aos políticos no mundo real, a metáfora é bem pouco sútil neste filme – não que a série seja conhecida por sutileza nas suas mensagens. Mas é um exercício interessante e cria um filme divertido – pra quem se diverte com suspense e terror, claro.
Com o foco centrado em duas famílias bastante diferentes mas conectadas pela relação de patrão e empregados, uma família texana dona de fazendas e um de seus empregados, imigrante ilegal mexicano e sua esposa, acabam tendo que fugir juntos quando, ao soar as sirenes anunciando o fim da noite de crime os crimes simplesmente não param. A saída mais segura parece ser fugir para o México, mas diante do caos nos Estados Unidos o governo mexicano anuncia que vai fechar as fronteiras em algumas horas, e além de ter que escapar dos violentos revoltosos também se torna uma corrida contra o tempo.
Os diálogos deste filme em particular conseguem ser os mais artificiais e forçados de toda a série em alguns momentos, mas quando não está tentando passar uma lição de moral que já estava clara sem o diálogo de qualquer forma, o filme tem seus momentos. A grande força do filme está nas suas cenas de ação e na construção de tensão conforme eles avançam até a fronteira.
Para quem gosta da franquia, e do gênero, o filme vale a ida ao cinema. Apesar de não ter muita inovação dentro da proposta da franquia, o filme entrega tudo que se espera de Uma Noite de Crime.